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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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se inter-relacionam, fazendo surgir sentimentos profundos, impulsionados por uma espécie <strong>de</strong><br />

inconsciente coletivo <strong>de</strong> revolta, gerando o medo e a violência, especialmente esta que assola<br />

nosso país <strong>de</strong> norte a sul s<strong>em</strong> que suas causas possam ser abrandadas. Dessa forma, é nesse<br />

mundo complexo <strong>de</strong> relações estabelecidas entre um processo i<strong>de</strong>ológico imposto pelas elites<br />

dirigentes e grupos sociais suscetíveis <strong>de</strong> mudança que po<strong>de</strong>mos enxergar a realida<strong>de</strong><br />

sociopolítica <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> como a nossa 164 .<br />

Para enten<strong>de</strong>r as elites, b<strong>em</strong> como o porquê <strong>de</strong> <strong>em</strong> todas as épocas, por ex<strong>em</strong>plo, as<br />

organizações bancárias e as mega<strong>em</strong>presas transnacionais merecer<strong>em</strong> mais atenção dos cofres<br />

do Estado do que aquelas que realmente necessitam, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os perceber essas atitu<strong>de</strong>s do<br />

prisma da i<strong>de</strong>ologia elitista. A historiografia, o ensino da história, a m<strong>em</strong>ória histórica,<br />

relacionados entre si, são influenciados pela i<strong>de</strong>ologia dominante <strong>de</strong> cada época. Por isso, o<br />

estudo <strong>de</strong> um recorte político e econômico, como o que nos propomos fazer, <strong>de</strong>monstra que<br />

no período <strong>de</strong> 1930 a 1945 instalou-se uma organização social servil às exigências <strong>de</strong><br />

acumulação <strong>de</strong> riquezas nas mãos dos privilegiados pelos regimes autocráticos.<br />

No Brasil, o Estado privatizou <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> institutos, autarquias, <strong>em</strong>presas <strong>de</strong> economia<br />

mista, fortalecendo o po<strong>de</strong>r da aristocracia rural e das oligarquias. Na ditadura <strong>de</strong> Vargas<br />

foram criados os institutos do café, do açúcar, do mate, do sal, do cacau, da ma<strong>de</strong>ira, e outros<br />

similares; também os bancos estaduais, para aten<strong>de</strong>r, abertamente, aos coronéis oligárquicos.<br />

Tudo isso se <strong>de</strong>u <strong>em</strong> nome <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ologia do <strong>de</strong>senvolvimento, porém, na realida<strong>de</strong>,<br />

sab<strong>em</strong>os que esta representa “a consciência social <strong>de</strong> uma época ou <strong>de</strong> um grupo” 165 . Por isso<br />

a importância <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>rmos a teoria das elites.<br />

Para Reis, a i<strong>de</strong>ologia autoritária <strong>de</strong> Vargas restituiu a construção do Estado mais<br />

importante da história do Brasil, pois a<strong>pós</strong> a Revolução <strong>de</strong> 1930 o regime <strong>de</strong> Vargas se<br />

constituiu na impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> um projeto mo<strong>de</strong>rnizante <strong>de</strong> cima para baixo, que<br />

impulsionou, <strong>em</strong> primeiro lugar, a construção tanto do Estado como da nação. Fica<br />

evi<strong>de</strong>nciado que a i<strong>de</strong>ologia autoritária encontrava apoio não apenas <strong>de</strong>ntro do po<strong>de</strong>r do<br />

Estado, mas também <strong>em</strong> numerosos setores da socieda<strong>de</strong> que anteriormente eram excluídos da<br />

164<br />

ALMEIDA, Agassiz. A república das elites: ensaio sobre a i<strong>de</strong>ologia das elites e do intelectualismo. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. p. 32.<br />

165<br />

MARX, Karl. A i<strong>de</strong>ologia al<strong>em</strong>ã. São Paulo: Hucitec, 1984. p. 26.<br />

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