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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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3.1 As <strong>de</strong>cisões políticas - nacional e estadual - e seu alcance econômico no estado gaúcho<br />

No plano econômico, as elites, <strong>em</strong> seu conjunto, caracterizam-se pela ação voltada ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento industrial, comercial e agrícola da economia. Embora tenha saído vencedora<br />

da Revolução <strong>de</strong> 1930, a Aliança Liberal não apresentou alterações significativas na estrutura<br />

econômica da socieda<strong>de</strong> brasileira, assim como o controle do po<strong>de</strong>r político nacional não<br />

tinha mudado <strong>de</strong> classe. Tal controle passou da fração cafeicultora dos latifundiários para uma<br />

composição diferente da mesma classe <strong>de</strong> latifundiários, na qual predominavam os segmentos<br />

ligados ao mercado interno, apresentado <strong>em</strong> 1930 576 . Segundo M<strong>em</strong> <strong>de</strong> Sá,<br />

234<br />

apesar <strong>de</strong> até hoje ser o Rio Gran<strong>de</strong> tido como um dos Estados <strong>de</strong> menores <strong>de</strong>sníveis<br />

e melhor distribuição <strong>de</strong> riquezas, graças, notoriamente, à pequena proprieda<strong>de</strong> rural<br />

e à pequena e média <strong>em</strong>presa que lá t<strong>em</strong> vicejado, s<strong>em</strong>pre houve uma minoria <strong>de</strong><br />

ricos, fazen<strong>de</strong>iros na zona pecuária, industriais, comerciantes, banqueiros, nas<br />

cida<strong>de</strong>s, como <strong>de</strong> prósperos agricultores na região colonial, <strong>em</strong> face <strong>de</strong> uma<br />

imensa maioria <strong>de</strong> pobres, assalariados, largados ao <strong>de</strong>samparo 577 (grifos<br />

nosso).<br />

As imagens das classes sociais que existiam parec<strong>em</strong> mais fortes diante da adjetivação<br />

usada para caracterizar a maioria dos gaúchos constituída <strong>de</strong> pobres e assalariados. Com isso,<br />

no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul se articularam as condições para a elaboração <strong>de</strong> um capitalismo tardio,<br />

mas possível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver-se <strong>em</strong> áreas originárias <strong>de</strong> uma formação basicamente colonial e<br />

historicamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e subordinada, on<strong>de</strong> não havia distinção entre as tarefas<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhadas pelo patrão (da estância) e seus peões 578 . Observando as especificida<strong>de</strong>s das<br />

condições das áreas coloniais, que foram originadas e arquitetadas com o intuito <strong>de</strong><br />

proporcionar uma sobra econômica (sobejo econômico), a pecuária gaúcha continuou sendo a<br />

base <strong>de</strong> fornecimento dos alimentos agropastoris para o resto do país. Portanto, foram as<br />

colônias as principais contribuintes do funcionamento do processo <strong>de</strong> acumulação primitiva<br />

que aí se verificou 579 .<br />

De acordo com Pesavento 580 , o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul representava uma área submissa à<br />

economia central do país. Assim, a sua participação no mercado interno <strong>de</strong>stacava-se na<br />

576<br />

GORENDER, Jacob. A burguesia brasileira. São Paulo: Brasiliense, 2004. p. 62-63.<br />

577<br />

SÁ, M<strong>em</strong> <strong>de</strong>. A politização do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Porto Alegre: Tabajara, 1973. p. 102.<br />

578<br />

Ibid., p. 102-103.<br />

579<br />

DE MELLO, João Manoel Cardoso. O capitalismo tardio. São Paulo: Brasiliense, 1982.<br />

580<br />

PESAVENTO, Sandra Jatahy. República velha gaúcha: charqueadas, frigoríficos, criadores. Porto Alegre:

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