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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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interesses particulares da elite política nacional na elaboração do <strong>programa</strong> do partido,<br />

especificamente com referência à militarização 266 da socieda<strong>de</strong> brasileira pela disciplina, que<br />

vinham ao encontro do coronelismo que imperava nas esferas governamentais. No Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mando dos coronéis era evi<strong>de</strong>nte, assim como o po<strong>de</strong>r dos militares<br />

(forças legais 267 ), inclusive constatado na arregimentação <strong>de</strong> homens para os pro<strong>pós</strong>itos que<br />

julgavam ser<strong>em</strong> importantes. Para confirmar essa asserção t<strong>em</strong>os uma nota publicada <strong>em</strong> O<br />

Nacional, <strong>de</strong>nominada “Forças do Coronel Quim César”, <strong>em</strong> 1930:<br />

118<br />

[...] o Coronel Quim César que seguiu para Porto Alegre <strong>em</strong> companhia do general<br />

Felippe Portinho transmitiu or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> lá a seu Estado Maior, no sentido <strong>de</strong> ser<strong>em</strong><br />

licenciados os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> sua força, a exceção <strong>de</strong> um contingente <strong>de</strong> quarenta<br />

homens que permanecerá nesta cida<strong>de</strong> até ulterior <strong>de</strong>liberação 268 . (grifos nosso).<br />

Convém l<strong>em</strong>brar que a política coronelista na região do Planalto Médio mantinha as<br />

mesmas linhas que no restante do país, privilegiando os interesses particuladores dos<br />

estancieiros e dos políticos regionais. Desse modo, as correspondências <strong>em</strong>itidas no ano <strong>de</strong><br />

1931 para o governo fe<strong>de</strong>ral no Rio <strong>de</strong> Janeiro continham pedidos <strong>de</strong> políticos gaúchos sobre<br />

<strong>em</strong>pregos, apresentação ou indicação <strong>de</strong> nomes, para que os “po<strong>de</strong>rosos da República”<br />

interferiss<strong>em</strong> nos mol<strong>de</strong>s coronelistas tanto para dar algum cargo a apadrinhados quanto para<br />

transferir pessoas das comunida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> “incomodavam” os interesses das elites dominantes.<br />

Em nível <strong>regional</strong> e local, Flores da Cunha <strong>de</strong>signou o coronel Victor Dumoncel Filho<br />

para exercer importante função <strong>de</strong> subchefe <strong>de</strong> polícia da 3ª Região, sediada <strong>em</strong> Passo Fundo,<br />

cargo que ocupou <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1931 a nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1932. A partir <strong>de</strong> 1933, o coronel<br />

Vazulmiro Dutra, que contava com o apoio do presi<strong>de</strong>nte do Estado Getúlio Vargas, ocupou<br />

esse cargo, com se<strong>de</strong> <strong>em</strong> Passo Fundo, porém abrangendo vários municípios da região.<br />

Contudo, a atuação dos coronéis e subchefes foi se transformando diante dos fatores<br />

conjuturais e estruturais que surgiam no país e repercutiam no estado, sob o comando <strong>de</strong><br />

Flores da Cunha. Segundo Félix,<br />

266 A militarização se <strong>de</strong>u no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul com patentes que eram concedidas a m<strong>em</strong>bros importantes na<br />

socieda<strong>de</strong>, vale l<strong>em</strong>brar que essas patentes eram fornecidas <strong>de</strong> acordo com os serviços prestados a pátria, ou aos<br />

interesses políticos. Esse termo não se refere somente a isso, pois exist<strong>em</strong> os militares <strong>de</strong> carreira que possuíam<br />

patentes por galgar<strong>em</strong> postos no Exército Brasileiro.<br />

267 Neste caso, constituída na pessoa da autorida<strong>de</strong>, que não consegue romper com a estrutura <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r informal,<br />

que mesmo não sendo legal se sobrepõe à lei, através <strong>de</strong> suas práticas nas quais a violência foi o ponto.<br />

FERREIRA, Mariluci Melo. Crime e po<strong>de</strong>r nos Campos <strong>de</strong> Cima da Serra: 1850-1870. In: Anais do VI Encontro<br />

Estadual <strong>de</strong> História: ser historiador hoje. Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Passo Fundo. Passo Fundo. 2002. p. 08.<br />

268 O NACIONAL. Passo Fundo, n. 781, anoVI, 27 nov. 1930. p. 02.

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