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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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eleições <strong>de</strong> 1934 311 .<br />

Acompanhando o contexto citado, registramos um inci<strong>de</strong>nte que ocorreu entre Flores<br />

da Cunha e Góes Monteiro na tentativa <strong>de</strong> coibir os movimentos que surgiam no ano <strong>de</strong> 1934,<br />

os quais buscavam rearticular-se e angariar novos partidários para disputar as eleições daquele<br />

ano. O Nacional noticiou o episódio do seguinte modo:<br />

Cunha:<br />

135<br />

Rio- 2- O general Flores da Cunha telegrafou ao general Pantaleão Pessoa nestes<br />

termos: “peço ao prezado amigo procurar o general Góes Monteiro e dizer-lhe <strong>de</strong><br />

minha parte: 1º- que é absolutamnete falso ter eu feito qualquer reunião <strong>de</strong><br />

comandantes <strong>de</strong> forças estaduais; 2º- que não menos falsa é a propalação <strong>de</strong> ter<br />

eu mobilizado forças estaduais com o pro<strong>pós</strong>ito <strong>de</strong> bloquear as guarnições<br />

fe<strong>de</strong>rais; 3º- que tenha eu adotado provi<strong>de</strong>ncias hostis ao exército, ao contrário<br />

<strong>de</strong> todas essas invencionisses, posso assegurar que o Rio Gran<strong>de</strong> está pronto e<br />

aparelhado para, com o exército, preservar a or<strong>de</strong>m pública <strong>de</strong> quisquer<br />

tentativas <strong>de</strong> subversão. Afirmo-lhe tudo isso sob minha palavra <strong>de</strong> cidadão e <strong>de</strong><br />

soldado. Quanto ao mais sursum corda 312 . (grifos nosso).<br />

Também, O Nacional veiculou a resposta do general Góes Monteiro a Flores da<br />

Rio-2- O general Góes Monteiro, falando aos jornalistas sobre o telegrama do<br />

general Flores da Cunha, disse que não exist<strong>em</strong> razões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns sentimental para<br />

que vá visitar o Rio Gran<strong>de</strong>, visto que <strong>em</strong> 1930, conduziu a vitória as forças Riogran<strong>de</strong>nses,<br />

além <strong>de</strong> que sua mulher e filhos são gaúchos. Interrogado pelos<br />

repórteres sobre sua viaj<strong>em</strong> ao sul, se seria para breve, disse que tudo isso<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ria da política, acrescentando: tenho feito tudo para que ela não se<br />

meta no exército. Agora está ela <strong>de</strong> novo a querer infiltrar-se nas fileiras do<br />

exército 313 . (grifos nosso).<br />

Salientamos a importância da política e dos políticos nos rumos das atuações políticas,<br />

visto que a política estava inserida <strong>em</strong> todos os contextos e nos mais díspares cenários. Nesse<br />

sentido, segundo Gauchet 314 , o político, ao assumir a questão do vínculo social e das relações<br />

com a natureza, é colocado num lugar predominante, que, no entanto, não é o da<br />

<strong>de</strong>terminação, mas o lugar possível <strong>de</strong> uma totalização da inteligibilida<strong>de</strong> do social, <strong>de</strong> uma<br />

retomada <strong>de</strong> sentido, on<strong>de</strong> “a história política não será a história global no sentido <strong>em</strong> que ela<br />

exerceria uma espécie <strong>de</strong> imperialismo. Trata-se <strong>de</strong> construir uma teoria da coerência”.<br />

311<br />

TRINDADE, Hélgio; NOLL, Maria Izabel. Rio Gran<strong>de</strong> da América do Sul: partidos e eleições (1823-1990).<br />

Porto Alegre: UFRGS/Sulina, 1991. p. 56-58.<br />

312<br />

O NACIONAL. Passo Fundo, n. 1763, ano IX, 03 maio 1934. p. 01.<br />

313<br />

O NACIONAL. Passo Fundo, n. 1763, ano IX, 03 <strong>de</strong> maio 1934. p. 01.<br />

314<br />

GAUCHET, Marcel. Le Désenchant<strong>em</strong>ent du mon<strong>de</strong>. Paris: Gallimard, 1985. In: DOSSE, François. O<br />

império do sentido: a humanização das ciências humanas. Bauru, SP: Edusc, 2003. p. 87.

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