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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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contribui na produção do imaginário social 352 .<br />

Todas as construções discursivas, figurativas ou textuais sofr<strong>em</strong> restrições,<br />

<strong>de</strong>terminadas, num primeiro momento, pelos recursos <strong>de</strong>siguais <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> as produz, o que <strong>de</strong><br />

imediato caracteriza as relações <strong>de</strong> força, já <strong>em</strong> segundo lugar, essas construções são produto<br />

<strong>de</strong> uma negociação da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação e compreensão entre o autor e a<br />

comunida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>las se apo<strong>de</strong>ram. De acordo com Chartier 353 , as práticas e discursos dos<br />

agentes sociais são produto “da tensão entre as capacida<strong>de</strong>s inventivas dos indivíduos ou das<br />

comunida<strong>de</strong>s e também, os constrangimentos, as normas, as convenções que a limitam”.<br />

O jornal O Nacional referiu-se a todas as classes dos eleitores e políticos, <strong>de</strong>ixando<br />

clara sua afeição ao governo Vargas e aos seus feitos com referência à reconstrução nacional:<br />

150<br />

O antigo pessimismo do eleitor passivo e conformado com a potencia<br />

dominadora das máquinas oligárquicas manobradas a marg<strong>em</strong> da opinião<br />

pública transformando-se numa fé fortalecida pela análise. Discut<strong>em</strong>-se os<br />

homens públicos <strong>em</strong> todos os círculos com uma serieda<strong>de</strong> que a poucos anos<br />

causaria estranheza. A revisão <strong>de</strong> valores é feita nas conversas anônimas com o<br />

<strong>de</strong>sejo sincero <strong>de</strong> dar apoio ao hom<strong>em</strong> que pelos seus méritos possa dar seguimento<br />

a obra <strong>de</strong> reconstrução nacional arduamente alicerçada pela Nova República.<br />

Cada cidadão se interessa pelo noticiário político do dia como se interessaria pelas<br />

fases evolutivas <strong>de</strong> um acontecimento seu, intimamente pessoal. Esse clima<br />

<strong>de</strong>mocrático, promissor e <strong>em</strong>ocionante, fruto <strong>de</strong> uma nova mentalida<strong>de</strong> política<br />

formada no espírito da Revolução <strong>de</strong> 30, é a mais oportuna afirmação da vitalida<strong>de</strong><br />

do nosso regime restaurado nos seus belos princípios <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> e <strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong>.<br />

Essa obra <strong>de</strong> sã política, <strong>de</strong> sadio interesse pelos probl<strong>em</strong>as magnos da Nação, o<br />

Brasil. Os brasileiros o <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ao governo Getúlio Vargas que soube s<strong>em</strong>pre<br />

colocar os interesses gerais e a supr<strong>em</strong>a necessida<strong>de</strong> do país acima <strong>de</strong> quaisquer<br />

competições particularistas ou <strong>de</strong> qualquer exploração <strong>de</strong> personalismo 354 .<br />

(grifos nosso).<br />

O discurso do jornal aponta a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser constituído um outro tipo <strong>de</strong> m<strong>em</strong>ória<br />

e reforça a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ruptura com as visões positivistas da história. Tratava-se <strong>de</strong><br />

recuperar uma outra m<strong>em</strong>ória, que permitisse não apenas resgatar o ocorrido, mas, também,<br />

ressaltar as esperanças não realizadas do passado e que se inscreveriam no presente como um<br />

352<br />

Para Baczko, o imaginário social é constituído, entre outros pontos <strong>de</strong> referência, “no vasto sist<strong>em</strong>a simbólico<br />

que qualquer coletivida<strong>de</strong> produz através da qual [...], ela percepciona, divi<strong>de</strong> e elabora os seus próprios<br />

objetivos”. BACZKO, Bronislaw. Imaginário Social. In: Enciclopédia Einaudi. Porto: Imprensa Nacional-Casa<br />

da Moeda, 1986. v. 5. p. 309. Antrophos – Hom<strong>em</strong>.<br />

353<br />

CHARTIER, Roger. A história hoje: dúvidas, <strong>de</strong>safios, propostas. Estudos históricos. Rio <strong>de</strong> Janeiro, v.7, n.<br />

13, p.106. [s.d.].<br />

354<br />

JORNAL DA SERRA. Carazinho, n. 422, ano VII, 19 ago. 1937. p. 03.

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