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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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apresenta os el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada realida<strong>de</strong>, é responsável, na<br />

medida <strong>em</strong> que é enunciado, pela criação <strong>de</strong>ssa mesma realida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> novas representações<br />

coletivas 55 .<br />

Dev<strong>em</strong>os ainda ter presente que o discurso não possui um sentido <strong>em</strong>pírico. O sentido<br />

do discurso é <strong>de</strong>terminado pelo contexto no qual está inserido, pela posição que o enunciador<br />

do discurso ocupa nesse contexto e pela sua relação com os seus interlocutores. Assim,<br />

po<strong>de</strong>mos dizer que n<strong>em</strong> sujeitos n<strong>em</strong> sentidos estão completos, constituídos <strong>de</strong>finitivamente;<br />

é no <strong>de</strong>senrolar dos acontecimentos que ambos ganham significado. Então, quando se propõe<br />

a análise dicursiva, conforme Guita Grin Denert, é “fundamental levar <strong>em</strong> conta, além da<br />

própria mensag<strong>em</strong>, a relação que se estabelece entre o locutor, o ouvinte e a situação <strong>em</strong> que o<br />

discurso é produzido” 56 .<br />

Ao invés <strong>de</strong> dicotomizar, afirmamos a relação existente entre língua/discurso, na qual<br />

não se iguala o universal com o extra-individual; não se dicotomiza tampouco o social e o<br />

histórico, ou o necessário e o casual. Pela noção <strong>de</strong> materialida<strong>de</strong> discursiva, que recobre a<br />

relação entre a forma-sujeito e a forma-sentido, confrontamos o simbólico com o político na<br />

relação entre língua e história, que é a forma material, já que a análise do discurso é, antes <strong>de</strong><br />

mais nada, lingüística 57 .<br />

Para Fairclough “a prática discursiva envolve processos <strong>de</strong> produção, distribuição e<br />

consumo textual e a natureza <strong>de</strong>sses processos varia entre diferentes tipos <strong>de</strong> discurso <strong>de</strong><br />

acordo com fatores sociais” 58 . Nessa mesma concepção, o autor salienta:<br />

Os textos são produzidos <strong>de</strong> formas particulares <strong>em</strong> contextos sociais específicos:<br />

um artigo <strong>de</strong> jornal é produzido mediante rotinas complexas <strong>de</strong> natureza coletiva por<br />

um grupo cujos m<strong>em</strong>bros estão envolvidos variavelmente <strong>em</strong> seus diferentes<br />

estágios <strong>de</strong> produção – no acesso a fontes, tais como nas reportagens das agências <strong>de</strong><br />

notícia, na transformação <strong>de</strong>ssas fontes (freqüent<strong>em</strong>ente elas próprias já são textos)<br />

na primeira versão <strong>de</strong> uma reportag<strong>em</strong>, na <strong>de</strong>cisão sobre o local do jornal <strong>em</strong> que<br />

Movimento dos Trabalhadores Rurais S<strong>em</strong> Terra. 2002. 135f. Dissertação (Mestrado <strong>em</strong> História) -<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Porto Alegre, 2002. p. 88.<br />

55 Ibid.<br />

56 DEBERT, Guita Grin. I<strong>de</strong>ologia e populismo. São Paulo: T.A Queiroz, 1979. p. 29. In: ANTONI, Edson. Os<br />

novos movimentos sociais latino-americanos: o Exército Zapatista <strong>de</strong> Libertação Nacional e o Movimento dos<br />

Trabalhadores Rurais S<strong>em</strong> Terra. 2002. 135f. Dissertação (Mestrado <strong>em</strong> História) - Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul, Porto Alegre, 2002.<br />

57 ORLANDI, Eni P. A linguag<strong>em</strong> e seu funcionamento. São Paulo: Brasiliense. 1983.<br />

58 FAIRCLOUGH, Norman. Discurso e mudança social. Brasília: UnB, 1993. p. 107.<br />

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