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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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A correlação entre a estrutura lingüística da nota do jornal e a estrutura social da época<br />

comprova o avanço do <strong>programa</strong> <strong>de</strong> industrialização brasileiro, fundamentado <strong>em</strong> bases<br />

nacionais 642 . O <strong>de</strong>senvolvimento econômico pretendido, através da substituição do trabalho<br />

rudimentar pelos frigoríficos, <strong>de</strong>notava o avanço social conquistado pela classe operária. Com<br />

isso, ressaltava-se a importância dada ao sindicalismo na Era Vargas por meio das leis<br />

trabalhistas e suas conquistas. Nesse contexto, retomamos as idéias <strong>de</strong>fendidas por Vargas,<br />

que enfatizava:<br />

257<br />

As novas exigências da civilização quase não permit<strong>em</strong> que os gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>em</strong>preendimentos sejam realizados pelo só esforço individual. Daí a necessida<strong>de</strong> da<br />

forma associativa que tomam essas <strong>em</strong>presas e da pendência generalizada para o<br />

reagrupamento social organizado pela categoria <strong>de</strong> classes, conforme a profissão ou<br />

ativida<strong>de</strong> econômica <strong>de</strong> cada um para que melhor se compreendam e orient<strong>em</strong> os<br />

fenômenos coletivos. O <strong>de</strong>senvolvimento do espírito associativo é uma das<br />

causas mais importantes do progresso econômico. Ao Estado cabe estimular o<br />

surgimento <strong>de</strong>ssa mentalida<strong>de</strong> associativa, valorizá-la com a sua autorida<strong>de</strong>, suprirlhe<br />

as <strong>de</strong>ficiências, exercendo um certo “controle” para evitar os excessos. Cabe aos<br />

governos o <strong>de</strong>ver el<strong>em</strong>entar, como auxilio a cooperação das classes produtoras<br />

<strong>de</strong> lhes facilitar também os meios <strong>de</strong> transporte para ativar a circulação da<br />

riqueza móvel. Como r<strong>em</strong>ate lógico <strong>de</strong>ssa euritmia <strong>de</strong> movimento, é preciso<br />

mobilizar a proprieda<strong>de</strong> imóvel, pela organização do crédito rural 643 . (grifos nosso).<br />

Vargas, <strong>em</strong> seus pronunciamentos, <strong>de</strong>ixava transparecer a sua visão conciliadora,<br />

mo<strong>de</strong>rna, capaz <strong>de</strong> articular lados opostos, <strong>de</strong> construir consensos e harmonizar interesses<br />

distintos e, até mesmo, antagônicos. Era o que ocorria com a nova visão <strong>de</strong> Estado que ele se<br />

propunha a implantar, na qual a idéia <strong>de</strong> associativismo, não aceita por Flores, ia aos poucos<br />

sendo difundida e aceita pelos lí<strong>de</strong>res políticos e econômicos dos estados brasileiros.<br />

Naturalmente, como exímio negociador, Getúlio colocava a figura do Estado como o<br />

el<strong>em</strong>ento neutro, mas que po<strong>de</strong>ria resolver e direcionar os conflitos porventura surgidos.<br />

Em nível local, havia a urgente necessida<strong>de</strong> da ampliação <strong>de</strong> estações da Viação<br />

Férrea, da liberação <strong>de</strong> um maior número <strong>de</strong> vagões para escoamento da produção, mas<br />

também <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> novas estradas. Nesse sentido, o jornal Correio do Povo trouxe duas<br />

manchetes salientando a importância <strong>de</strong> estradas e da viação férrea para o crescimento <strong>de</strong><br />

Passo Fundo. Assim, <strong>em</strong> entrevista dada por Arthur Ferreira Filho dizia ele:<br />

642<br />

BERCITO, Sonia <strong>de</strong> Deus Rodrigues. O Brasil na década <strong>de</strong> 1940: autoritarismo e <strong>de</strong>mocracia. São Paulo:<br />

Àtica. 199. p. 34.<br />

643<br />

PESAVENTO, Sandra Jatahy. República velha gaúcha: charqueadas, frigoríficos, criadores. Porto Alegre:<br />

Movimento IEL, 1980. p. 262-263

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