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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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no restante do país. Portanto, a organização política brasileira foi marcada pela predominância<br />

da esfera estadual <strong>em</strong> relação à fe<strong>de</strong>ral e municipal, cujas origens r<strong>em</strong>ontam à vitória do<br />

fe<strong>de</strong>ralismo republicano diante do excessivo centralismo que caracterizava a Monarquia.<br />

Nesse contexto, sab<strong>em</strong>os que o i<strong>de</strong>al fe<strong>de</strong>ralista veio ao encontro das <strong>de</strong>mandas da oligarquia<br />

cafeeira, grupo social que <strong>de</strong>sfrutou das mais importantes prerrogativas da autonomia<br />

fe<strong>de</strong>ralista dos estados-m<strong>em</strong>bros 252 .<br />

Inicialmente, enten<strong>de</strong>r a conjuntura política que se fez realida<strong>de</strong> no período entre 1930<br />

e 1945 significa trilhar a trajetória político-i<strong>de</strong>ológica da classe média e das classes populares<br />

urbanas diante <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a cujo funcionamento estava voltado para a manutenção do po<strong>de</strong>r<br />

econômico-político das oligarquias rurais dos gran<strong>de</strong>s estados da fe<strong>de</strong>ração. A<br />

institucionalização <strong>de</strong> tal heg<strong>em</strong>onia era percebida por meio <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>scentralizado,<br />

a<strong>de</strong>quado às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ampliação do processo exportador. Tal afirmativa nos leva a<br />

reconhecer que o po<strong>de</strong>r central assegurava aos Estados a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar<strong>em</strong> as<br />

transações diretas com o mercado internacional e contrair <strong>em</strong>préstimos externos, além <strong>de</strong><br />

constituir forças militares próprias e <strong>de</strong> assegurar a justiça estadual, legitimando uma política<br />

<strong>regional</strong>ista que atendia e representava os interesses <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados segmentos da socieda<strong>de</strong>,<br />

como era o caso dos cafeicultores 253 .<br />

A respeito, Sodré afirma que o movimento revolucionário, iniciado <strong>em</strong> 1930,<br />

representou uma série <strong>de</strong> levantes militares iniciados <strong>em</strong> todo o país <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1922, tendo sua<br />

base nas populações urbanas, especialmente na burocracia militar e civil, b<strong>em</strong> como nos<br />

grupos industriais; constituiu-se numa reação contra o excessivo predomínio dos grupos<br />

cafeeiros e <strong>de</strong> seus aliados das finanças internacionais, comprometidos com a política <strong>de</strong><br />

valorização incentivada pelo governo fe<strong>de</strong>ral 254 .<br />

Pesavento afirma que a Revolução <strong>de</strong> 30 é produto <strong>de</strong> dois fatores importantes: <strong>de</strong> um<br />

lado, da falência do mo<strong>de</strong>lo agroexportador enquanto forma acumulada <strong>de</strong> capital; <strong>de</strong> outro,<br />

<strong>de</strong>vida à reação das oligarquias periféricas, que, unidas à insatisfação da classe média urbana<br />

252<br />

COLUSSI, Eliane Lucia. Estado novo e municipalismo gaúcho. Passo Fundo: Ediupf, 1996. p. 15.<br />

253<br />

HERNANDEZ, Leila M. G. Aliança nacional libertadora: i<strong>de</strong>ologia e ação. Porto Alegre: Mercado Aberto,<br />

1985. p. 10-11.<br />

254<br />

SODRÉ, Nelson Werneck. Formação histórica do Brasil. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1970. p. 318.<br />

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