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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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também é o preito <strong>de</strong> admiração <strong>em</strong> respeito do povo agra<strong>de</strong>cido aos seus<br />

governantes forjadores da gran<strong>de</strong>za da Pátria 397 . (grifos nosso).<br />

De acordo com o relato do Jornal da Serra, perceb<strong>em</strong>os a simbologia retratada <strong>de</strong><br />

forma a enaltecer as figuras <strong>de</strong> dirigentes no período do Estado Novo. Símbolo forte nesse<br />

período era a fotografia, um recurso valioso que caracterizou a propaganda varguista. De<br />

acordo com Capelato, “as fotos, os retratos faziam parte do universo simbólico expresso no<br />

regime estadonovista, já que o uso das imagens fotográficas no Brasil revelaram a preferência<br />

pela representação objetiva da realida<strong>de</strong>, explicada como um traço da cultura política<br />

brasileira” 398 . A interpretação do universo simbólico compreen<strong>de</strong> aproximações variadas e<br />

complexas. Nesse sentido, o prestígio <strong>de</strong> Vargas t<strong>em</strong> uma relação estrita com o seu próprio<br />

carisma. Vale ressaltar que a produção <strong>de</strong> símbolos se relaciona com o prestígio, que resulta<br />

no po<strong>de</strong>r, cuja marca é um símbolo particular.<br />

Por outro lado, a nomeação <strong>de</strong> políticos marginais para as funções elitizadas<br />

<strong>de</strong>monstrava a linha <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> influência da oligarquia agrária nesse contexto. A<br />

i<strong>de</strong>ntificação i<strong>de</strong>ológica dos interventores com a política tradicional possibilitou que as<br />

resistências foss<strong>em</strong> vencidas e que os velhos políticos ocupass<strong>em</strong> espaços importantes <strong>de</strong>ntro<br />

da nova organização política 399 .<br />

Getúlio Vargas, apoiado pelo Exército, iniciou um regime <strong>de</strong> força centralizado,<br />

disposto a transformar e industrializar o país. As conseqüências <strong>de</strong> sua política para o Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul são muitas, iniciando pela intervenção fe<strong>de</strong>ral. O governo <strong>de</strong> Getúlio indicou<br />

para governador do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul o general Daltro Filho, que teve como uma das<br />

primeiras missões <strong>de</strong>sestabilizar e <strong>de</strong>sarmar a Brigada Militar e os Corpos Provisórios. Para<br />

que as or<strong>de</strong>ns foss<strong>em</strong> cumpridas, tropas do exército se concentraram <strong>em</strong> Porto Alegre,<br />

provenientes <strong>de</strong> outras regiões e na divisa com Santa Catarina. Discordando da política <strong>de</strong><br />

397<br />

JORNAL DA SERRA. Carazinho, n. 765, ano XI, 24 fev. 1941. p. 01.<br />

398<br />

CAPELATO, Maria Helena Rolim. Multidões <strong>em</strong> cena: propaganda política no varguismo e no peronismo.<br />

São Paulo: Papirus, 1998. p. 50-51.<br />

399<br />

PICCOLO, Helga Irac<strong>em</strong>a Landgraf. O autoritarismo <strong>de</strong> Júlio <strong>de</strong> Castilhos a Getúlio Vragas: a gauchização<br />

da política brasileira no <strong>pós</strong> 1930. In: TARGA, Luiz Roberto Pecoits. (Org.). Breve inventário <strong>de</strong> t<strong>em</strong>as do sul.<br />

Porto Alegre: UFRGS: FEE; Lajeado: Univates, 1998. p. 196-205.<br />

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