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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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olhar dos narradores e autores serve <strong>de</strong> metáfora para explicar as diferenças. O jornalista olha<br />

o fato por todos os ângulos, buscando pessoas e cenas; logo, seu movimento é <strong>de</strong> aproximação<br />

distanciada; o t<strong>em</strong>po é o do presente, trabalhando com o aqui e o agora, e seu texto repercute<br />

instantaneamente, sendo, portanto, um narrador do instante. Por sua vez, o historiador percebe<br />

o acontecimento por meio <strong>de</strong> outros olhares, buscando nos documentos, <strong>em</strong> <strong>de</strong>poimentos e<br />

arquivos os el<strong>em</strong>entos para refazer o trajeto do fato, reconstruindo-o intelectivamente na<br />

distância do t<strong>em</strong>po, para buscar a legitimida<strong>de</strong> e cientificida<strong>de</strong> histórica.<br />

A matéria-prima do discurso jornalístico encontra-se <strong>em</strong> algum lugar do social e<br />

transforma-se <strong>em</strong> notícia, apontando para alguma conseqüência e produzindo a história.<br />

Portanto, torna-se primordial observar e relacionar os fatos, as causas e conseqüências para<br />

moldar o campo <strong>de</strong> interesse da pesquisa, utilizando como fonte documental os jornais da<br />

época <strong>de</strong> 1930 a 1945 localizados <strong>em</strong> arquivos estaduais e municipais.<br />

A história política apren<strong>de</strong>u que, se o político t<strong>em</strong> características próprias que tornam<br />

inoperante toda análise reducionista, também t<strong>em</strong> relações com os outros domínios, não se<br />

constituindo num setor separado, mas revelando-se como uma modalida<strong>de</strong> da prática social.<br />

Abraçando os gran<strong>de</strong>s números, trabalhando na duração, apo<strong>de</strong>rando-se dos fenômenos mais<br />

globais, procurando nas profun<strong>de</strong>zas da m<strong>em</strong>ória coletiva ou do inconsciente as raízes das<br />

convicções e as origens dos comportamentos, a história política acabou por promover uma<br />

revolução completa 44 .<br />

A história se faz história mediante relatos sobre os acontecimentos passados. A<br />

matéria-prima do campo do jornalismo encontra-se, privilegiadamente, no campo político,<br />

entendido, na perspectiva <strong>de</strong> Bourdieu, como campo <strong>de</strong> forças e campo <strong>de</strong> luta on<strong>de</strong> os<br />

agentes dos subgrupos disputam constant<strong>em</strong>ente para transformar a relação <strong>de</strong> forças, já que o<br />

capital que está <strong>em</strong> jogo é o po<strong>de</strong>r 45 .<br />

O campo político, conforme Rémond, não t<strong>em</strong> limites <strong>de</strong>terminados: ora se alarga,<br />

absorvendo todas as realida<strong>de</strong>s até abranger o espaço privado, ora se contrai completamente.<br />

44<br />

RÉMOND, René. Do político. In: RÉMOND, René (Org.). Por uma história política. Rio <strong>de</strong> Janeiro: UFRJ,<br />

1996. p. 13 -36.<br />

45<br />

BOURDIEU, Pierre. O po<strong>de</strong>r simbólico. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. p. 171.<br />

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