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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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lutas e no acúmulo <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> estratégias investidas, que se consubstanciam no<br />

reconhecimento e na consagração 49 . Esses pressupostos nos orientaram metodologicamente na<br />

i<strong>de</strong>ntificação e tabulação <strong>de</strong> quais <strong>de</strong>sses agentes são <strong>de</strong>tentores <strong>de</strong>sses capitais e <strong>de</strong>sse po<strong>de</strong>r.<br />

Vale l<strong>em</strong>brar que para ver os pressupostos metodológicos, analisamos também o<br />

discurso transcrito pelos meios <strong>de</strong> comunicação da época do estudo, os jornais, sobre os<br />

el<strong>em</strong>entos que compunham as elites, como, por ex<strong>em</strong>plo, o espaço a partir do qual se<br />

organizaram, os agentes envolvidos, a constituição <strong>de</strong> seus quadros. São esses alguns pontos<br />

fundamentais para que possamos, com base nos el<strong>em</strong>entos apresentados e na análise dos<br />

discursos produzidos pelos jornais pesquisados, i<strong>de</strong>ntificar seu caráter inovador ou repressor<br />

<strong>de</strong>ntro do contexto político e econômico. Nos discursos, além <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> representadas as<br />

<strong>de</strong>mandas dos <strong>de</strong>tentores do po<strong>de</strong>r, são encontrados el<strong>em</strong>entos que indicam uma nova or<strong>de</strong>m<br />

da batalha política, a adoção <strong>de</strong> novas práticas, o processo <strong>de</strong> constituição <strong>de</strong> um novo sujeito<br />

político e social. A constituição <strong>de</strong> um novo espaço político com base nas noções <strong>de</strong><br />

li<strong>de</strong>rança, força, t<strong>em</strong>po, repressão, re<strong>de</strong>mocratização, cultura, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, carisma, mito, herói,<br />

etc., também foi nosso objeto <strong>de</strong> análise.<br />

Salientamos que para realizar a leitura das fontes jornalísticas, fui buscar subsídios<br />

teóricos nos estudos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> discurso 50 com a preocupação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r analisar não só o<br />

discurso produzido pelo jornal naquilo que se chama <strong>de</strong> suas “condições discursivas” com<br />

análise interna do conteúdo do mesmo, mas principalmente buscando enten<strong>de</strong>r e fazer a<br />

leitura do que se chama <strong>de</strong> “condições extra-discursivas” que permit<strong>em</strong> a compreensão do<br />

texto discursivo presente na matéria do jornal. Refiro-me ao entendimento dos fatores que<br />

permit<strong>em</strong> a elaboração daquele discurso examinando qu<strong>em</strong> o produziu, com que intenção,<br />

dirigido a que público leitor, fruto <strong>de</strong> qual universo <strong>de</strong> valor e visando qual universo<br />

simbólico atingir ou criar.<br />

As elites políticas e econômicas, personagens atuantes <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um processo<br />

49 BOURDIEU, Pierre. O po<strong>de</strong>r simbólico. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. p. 171<br />

50 Leitura da realida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> que o texto compõe, quase s<strong>em</strong>pre, o material <strong>em</strong>pírico por excelência para ser<br />

<strong>de</strong>svendado. Na análise <strong>de</strong> discurso <strong>de</strong>ve ser lançado um olhar a um texto do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> sua estruturação<br />

<strong>em</strong> língua, o que faz <strong>de</strong>le um enunciado, um estudo lingüístico das condições <strong>de</strong> produção <strong>de</strong>ste texto fará <strong>de</strong>le<br />

um discurso, então o discurso só é discurso <strong>em</strong> relação ao que o condiciona, ou quando se refere a suas<br />

condições <strong>de</strong> produção, portanto o discurso consiste no enunciado consi<strong>de</strong>rado do ponto <strong>de</strong> vista do mecanismo<br />

discursivo. ROBIN, Régine. História e lingüística. São Paulo: Cultrix 1973. p. 26.<br />

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