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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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longo dos anos 273 .<br />

O grupo político gaúcho unificado sob a sigla da FUG pró-candidatura <strong>de</strong> Getúlio<br />

Vargas foi el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong>cisivo nos t<strong>em</strong>pos que se seguiram à tomada do po<strong>de</strong>r pela coalizão<br />

revolucionária. A formação da referida Frente uniu o Partido Libertador e o Partido<br />

Republicano Rio-Gran<strong>de</strong>nse. No entanto, apesar da aparente união <strong>de</strong> interesses, mantinham-<br />

se como se continuass<strong>em</strong> sendo eles próprios, apenas <strong>de</strong>monstrando a forte influência <strong>de</strong><br />

Getúlio Vargas e o atendimento às questões econômicas dos pecuaristas. A importância da<br />

FUG está no papel que representou para a formação da Aliança Liberal, <strong>em</strong> 1929, a qual<br />

reuniu os estados do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, Minas Gerais e Paraíba <strong>em</strong> torno das candidaturas <strong>de</strong><br />

Getúlio Vargas e João Pessoa, que concorriam, respectivamente, a presi<strong>de</strong>nte e vive-<br />

presi<strong>de</strong>nte do Brasil 274 .<br />

As diferentes formas pelas quais se apresentou o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>monstram que a relação<br />

política a ser estabelecida, acompanhando a relação social, quase s<strong>em</strong>pre vinha acompanhada<br />

da força, <strong>de</strong>terminando situações <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong>pendência. No entanto, essa relação<br />

<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r que surge não se reduz “à violência n<strong>em</strong> a vonta<strong>de</strong> arbitrária <strong>de</strong> mando”, mas a “um<br />

status social a ser vivido e <strong>de</strong>senvolvido”, uma autorida<strong>de</strong> envolta <strong>em</strong> justificativas e razões<br />

que a explicam e legitimam. É, portanto, no seio <strong>de</strong>ssa autorida<strong>de</strong> que “o po<strong>de</strong>r aparece e se<br />

concretiza” como “produto primeiro das relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r”, tendo como função a organização<br />

e acomodação humana “na tarefa da convivência” 275 .<br />

Nesse cenário se acentuava cada vez mais uma inquietação no país pela <strong>de</strong>mora da<br />

constitucionalização, esperada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1930. Assim, a Revolução Constitucionalista, irrompida<br />

<strong>em</strong> São Paulo, ramificando-se <strong>em</strong> Minas Gerais e no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, eclodiu <strong>em</strong> 1932<br />

com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconstitucionalizar o país, ainda <strong>em</strong> regime <strong>de</strong> governo discricionário.<br />

Antônio Flores da Cunha era o interventor estadual, <strong>de</strong>signado por Getúlio Vargas e, aliado a<br />

Borges <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, Raul Pilla e Batista Lusardo pregava o discurso <strong>de</strong><br />

reconstitucioanalização do Brasil. No entanto, quando eclodiu a Revolução Constitucionalista<br />

273<br />

TRINDADE, Hélgio (Org.) et.al. Revolução <strong>de</strong> 30: partidos e imprensa partidária no RS (1928-1937). Porto<br />

Alegre, L&PM; Núcleo <strong>de</strong> Pesquisa e Documentação da Política Rio-Gran<strong>de</strong>nse-UFRGS. 1980. p. 167.<br />

274<br />

FERREIRA FILHO, Arthur. A frente única e o PRL. In: Sim<strong>pós</strong>io sobre a revolução <strong>de</strong> 30. Porto Alegre:<br />

Erus, 1980. p. 645-647.<br />

275<br />

HERMES, Lima. Notas sobre a natureza do po<strong>de</strong>r político. Revista Brasileira <strong>de</strong> Estudos Políticos, São<br />

Paulo, Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Minas Gerais, n. 1, <strong>de</strong>z. 1956. p. 9-15.<br />

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