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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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pelo po<strong>de</strong>r econômico, interferiam nas <strong>de</strong>cisões políticas, como ex<strong>em</strong>plificamos<br />

abundant<strong>em</strong>ente.<br />

Os movimentos operários passaram a fazer parte <strong>de</strong>sse novo cenário, <strong>em</strong> razão das<br />

greves, manifestações e outras formas <strong>de</strong> oposição. Quando ocorreu a abertura <strong>de</strong>mocrática<br />

<strong>em</strong> 1945, esses movimentos surgiram <strong>em</strong> todo o seu esplendor, como se a lacuna havida entre<br />

1937-1945 nunca tivesse existido.<br />

Quanto ao sist<strong>em</strong>a político, os fatos trazidos neste terceiro capítulo <strong>de</strong>monstram a<br />

dicotomia existente entre a realida<strong>de</strong> e o sist<strong>em</strong>a político-constitucional, fato que já marcara<br />

toda a história passada do Brasil. O coronelismo e as oligarquias <strong>de</strong>senvolveram o processo <strong>de</strong><br />

domínio <strong>de</strong> fato das chefias locais e estaduais. Como já vinha acontecendo, o processo do<br />

coronelismo mostra-se atuante, <strong>em</strong>bora exista um po<strong>de</strong>r mais centralizador e autoritário.<br />

Inaugura-se uma nova forma <strong>de</strong> relação entre o po<strong>de</strong>r estadual e o fe<strong>de</strong>ral: no primeiro<br />

continuava a tradição coronelística, mesmo que algumas <strong>de</strong>cisões não se encontrass<strong>em</strong> mais<br />

ao seu alcance, ao passo que as autorida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>rais interferiam na política local beneficiando<br />

ora um grupo, ora outro, não havendo criação <strong>de</strong> um po<strong>de</strong>r exterior.<br />

O po<strong>de</strong>r fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>monstrou maior autonomia <strong>em</strong> relação às realida<strong>de</strong>s estaduais 861 e<br />

também, se voltou para a realida<strong>de</strong> externa do país, para a divisão do mundo entre dois<br />

regimes: a <strong>de</strong>mocracia e o totalitarismo <strong>de</strong> direita. A Constituição <strong>de</strong> 1937 reforçou o<br />

autoritarismo do Estado Novo, que se constituiu num regime que criou uma divisão, pela qual<br />

os conceitos <strong>de</strong> chefe e <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> prevaleceram, ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que começaram a<br />

ser i<strong>de</strong>ntificados por traços mitológicos fato incentivado pela censura, feita por órgãos, como<br />

o Departamento <strong>de</strong> Imprensa e Propaganda. Somente a partir <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1945 renasceram<br />

os velhos partidos regionais e nacionais, proibidos <strong>de</strong> atuar no período ditatorial.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da Era Vargas pautava-se no <strong>de</strong>senvolvimento<br />

autárquico e intervencionista, que, na época assegurou o progresso e permitiu a<br />

industrialização do país. Em Passo Fundo e Carazinho as elites econômicas ligadas ao<br />

comércio e indústria, especialmente da ma<strong>de</strong>ira e do trigo, também se fizeram representar no<br />

861 CARONE, Edgard. O estado novo (1937-1945). 5. ed. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Bertrand Brasil Ltda, 1988. p. 01-03.<br />

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