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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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a homogeneida<strong>de</strong> é à base da <strong>de</strong>terminação da região; por isto mesmo, ela é o ponto<br />

<strong>de</strong> partida <strong>de</strong> qualquer <strong>regional</strong>ização. Contudo, ela não basta <strong>em</strong> si mesma. Uma<br />

região só existe verda<strong>de</strong>iramente se ela comporta uma dinâmica particular, que se<br />

diferencia da dinâmica projetável para a mesma a partir da mera extrapolação da<br />

dinâmica “média” da macro-região <strong>em</strong> que está inserida. Esta dimensão particular da<br />

dinâmica da (sub) região consi<strong>de</strong>rada se funda nas suas contradições específicas e na<br />

forma como estas contradições são administradas, enfrentadas e resolvidas.<br />

Territórios limítrofes po<strong>de</strong>m apresentar homogeneida<strong>de</strong>s essenciais – o que já nos<br />

autoriza a pensá-los, num <strong>de</strong>terminado âmbito, como uma única região -, e<br />

dinâmicas diferenciadas, assentadas <strong>em</strong> contradições e padrões peculiares <strong>de</strong><br />

regulação e <strong>de</strong> polarização internas – o que já nos autoriza a pensá-los, <strong>em</strong> outro<br />

âmbito, como sub-regiões <strong>de</strong> uma região, dimensões heterogêneas <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong><br />

contraditória, mas real 94 .<br />

Quanto à questão <strong>regional</strong>, Schwartzman argumenta que as regiões são nada mais que<br />

um <strong>de</strong>talhamento do que ocorre num sist<strong>em</strong>a político nacional como um todo. O estudo das<br />

regiões seria uma espécie <strong>de</strong> aprofundamento do <strong>de</strong>talhe para o entendimento do processo<br />

político e social como um todo. O autor enten<strong>de</strong> que essa perspectiva v<strong>em</strong> associada com a<br />

tendência a pensar o fenômeno político e o fenômeno social juntamente com o fenômeno<br />

econômico, com base <strong>em</strong> categorias gerais e abrangentes, tais como <strong>de</strong>terminadas classes<br />

sociais, <strong>de</strong>terminadas formas <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong>terminados estágios do processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento 95 .<br />

Para Schwartzman, existe s<strong>em</strong>pre uma região central, que é uma região dominadora<br />

que concentra o po<strong>de</strong>r e esten<strong>de</strong> sua influência ao resto do território e às regiões periféricas<br />

que viv<strong>em</strong> na <strong>de</strong>pendência e na subordinação <strong>de</strong>sses centros; são as regiões <strong>de</strong> fronteira, on<strong>de</strong><br />

se chocam e se estabelec<strong>em</strong> os limites entre <strong>de</strong>terminadas comunida<strong>de</strong>s nacionais e outros<br />

sist<strong>em</strong>as nacionais 96 .<br />

Nessa concepção, Corrêa conceitua região como prática política e econômica <strong>de</strong> uma<br />

socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> classes, que por sua própria natureza implica a existência <strong>de</strong> formas diversas <strong>de</strong><br />

controle exercido pela classe dominante. O autor utiliza o conceito <strong>de</strong> diferenciação <strong>de</strong> área e<br />

as subseqüentes divisões regionais, visando à ação e ao controle sobre territórios conquistados<br />

94 PAIVA, Carlos Águedo Nágel. Ilusões e sabedorias da análise <strong>regional</strong>. Porto Alegre: FEE. 2005. p. 02.<br />

95 SCHWARTZMAN, Simon. A revolução <strong>de</strong> 30 e o probl<strong>em</strong>a <strong>regional</strong>. Sim<strong>pós</strong>io sobre a revolução <strong>de</strong> 30.<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Porto Alegre: Erus, 1983. p. 367 – 368.<br />

96 Ibid., p. 373.<br />

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