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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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<strong>de</strong>nominada “política dos governadores”, calcada no coronelismo, como fator <strong>de</strong> respaldo<br />

eleitoral dos estados 260 . Ressaltamos que a manutenção <strong>de</strong>sse enfraquecimento do po<strong>de</strong>r<br />

central era necessário para que se efetivass<strong>em</strong> as medidas políticas e econômicas<br />

imprescindíveis e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> envergadura que Vargas pretendia impl<strong>em</strong>entar.<br />

2.2.1 A presença do coronelismo no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e no Planalto Médio<br />

O coronelismo fez-se presente tanto <strong>em</strong> âmbito nacional quanto no estadual e local.<br />

Nesse sentido, referimos que no or<strong>de</strong>namento constitucional, a partir da instituição do regime<br />

republicano, possibilitou-se a <strong>de</strong>mocracia representativa; assim, com os resultados eleitorais<br />

eram sacramentados os acordos políticos firmados entre os grupos oligárquicos. No interior<br />

do Brasil, especialmente nas regiões mais afastadas dos gran<strong>de</strong>s centros <strong>de</strong>cisórios, o po<strong>de</strong>r<br />

dos coronéis intermediava a relação entre a população e a esfera pública, <strong>de</strong> modo que os elos<br />

entre a população rural e o processo político nacional caracterizavam-se por um sist<strong>em</strong>a que<br />

mantinha a transigência mútua entre o po<strong>de</strong>r privado <strong>em</strong> <strong>de</strong>clínio, mas ainda forte, e o po<strong>de</strong>r<br />

dos governos nacional e estaduais, que pouco a pouco ganhavam espaço, assim como<br />

acontecia com os partidos políticos 261 .<br />

O coronelismo, entendido como um sist<strong>em</strong>a político e social, representou a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma socieda<strong>de</strong> predominant<strong>em</strong>ente rural e que incluía a maior parte dos municípios<br />

brasileiros. O po<strong>de</strong>r privado era encorajado e mantido <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> do isolamento, do atraso<br />

econômico e da falta <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong>ssas unida<strong>de</strong>s estaduais com os centros mais<br />

avançados. Assim, o único contato dos munícipes com o aparelho do Estado dava-se através<br />

das eleições, momento <strong>em</strong> que o voto representava a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter<strong>em</strong> favores<br />

pessoais ou melhoria material para si e familiares 262 .<br />

Logo, a intermediação, numa perspectiva do coronelismo, colaborou para o<br />

enfraquecimento do po<strong>de</strong>r privado e fortalecimento do po<strong>de</strong>r estatal, que s<strong>em</strong>pre esteve ligado<br />

260 CARDOSO, Fernando Henrique. Dos governos militares a Pru<strong>de</strong>nte-Campos Sales. In: FAUSTO, Bóris<br />

(Org.). História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1985. p. 8.<br />

261 CINTRA, Antônio Otávio. A política tradicional brasileira: uma interpretação das relações entre o centro e a<br />

periferia. Ca<strong>de</strong>rnos do Departamento <strong>de</strong> Ciência Política. Belo Horizonte, n. 1, mar. 1974. p. 73.<br />

262 COLUSSI, Eliane Lucia. Estado novo e municipalismo gaúcho. Passo Fundo: Ediupf, 1996. p. 16.<br />

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