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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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282<br />

aceitou. Que a organização dos ma<strong>de</strong>ireiros <strong>em</strong> cooperativas, seja atraente<br />

estímulo <strong>de</strong> outras indústrias, e frutifique concorrendo para novas organizações<br />

cooperativas são os nossos votos. E que tir<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> primeira linha a sabia<br />

escolha <strong>de</strong> diretorias <strong>de</strong>sambiciosas. Jamais irá para frente qualquer socieda<strong>de</strong> cujos<br />

diretores se quedam inativos. Operosida<strong>de</strong>, honra<strong>de</strong>z e <strong>de</strong>sprendimento, eis as<br />

qualida<strong>de</strong>s primárias <strong>de</strong> diretores <strong>de</strong> negócios ou <strong>de</strong> homens. Com elas é infalível o<br />

grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> quaisquer agrupamentos. Úteis, fraternais,<br />

essencialmente humanos são os intuitos das Cooperativas. Seus inventores não as<br />

i<strong>de</strong>aram inspirados no egoísmo, mas nos mais sãos sentimentos <strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong>. Isso<br />

quer dizer que as cooperativas não são um meio <strong>de</strong> encarecer qualquer produto para<br />

que os respectivos associados aufiram altos rendimentos com os sacrifícios <strong>de</strong><br />

outr<strong>em</strong>. O i<strong>de</strong>al das cooperativas é baratear a produção e vendê-la com mo<strong>de</strong>rado<br />

lucro. Assim ganha a socieda<strong>de</strong> e ganham os consumidores, realizando-se benefícios<br />

coletivos. Neste terreno é o cooperativismo que preconizamos e que <strong>de</strong>ixou na<br />

história os nomes <strong>de</strong> Raiffensen : Luzatti e outros <strong>em</strong>inentes propugnadores da<br />

fraternal criação. G. B 698 . (grifos nosso).<br />

A narrativa e o estilo utilizado pelo O Nacional <strong>de</strong>monstram a preocupação do sujeito<br />

narrador <strong>em</strong> salientar os símbolos presentes <strong>em</strong> seu discurso, tais como o patriotismo, os<br />

i<strong>de</strong>ais, o povo, o prestígio e o progresso. Nessa concepção, o discurso assume um teor que não<br />

é meramente <strong>de</strong>scritivo, mas traz consigo a i<strong>de</strong>ologia que se refere, por ex<strong>em</strong>plo, aos sist<strong>em</strong>as<br />

<strong>de</strong> pensamento, <strong>de</strong> valores e crenças que simbolizam um ponto <strong>de</strong> vista particular sobre o real,<br />

uma realida<strong>de</strong> construída socialmente. Para Flul, “a i<strong>de</strong>ologia é mais facilmente entendida,<br />

não como uma imag<strong>em</strong> distorcida do real, uma ilusão, mas como parte do real social, um<br />

el<strong>em</strong>ento criativo e constitutivo das nossas vidas enquanto seres sociais” 699 .<br />

Alguns jornais, a ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> O Nacional, contribuíram para propagar a i<strong>de</strong>ologia<br />

estado novista, conduzida pela classe dominante, <strong>de</strong> modo a atingir a nova classe <strong>de</strong><br />

trabalhadores que <strong>em</strong>ergia. O Estado criado por Vargas po<strong>de</strong> ser enquadrado num amplo<br />

projeto <strong>de</strong> <strong>de</strong>smobilização política da socieda<strong>de</strong>, no qual, sutilmente, procedia à neutralização<br />

e ao esvaziamento do movimento operário, pois eram usadas estratégias <strong>de</strong> disciplina e<br />

controle pelos donos do po<strong>de</strong>r 700 . Nesse sentido, sab<strong>em</strong>os que os meios <strong>de</strong> comunicação foram<br />

os gran<strong>de</strong>s patrocinadores da expansão dos i<strong>de</strong>ais nacionalistas do Estado Novo, e que<br />

especialmente a imprensa introduziu no sist<strong>em</strong>a social novas formas <strong>de</strong> pensar, elaborando e<br />

698 O NACIONAL. Passo Fundo, n. 1484, ano VIII, 12 abr. 1933. p. 03.<br />

699 FLUL, Carlos A. M. Gouveia. Análise critica do discurso: enquadramento histórico. [ S.l.: s.n.: s.d.]. p. 04.<br />

700 BERCITO, Sonia <strong>de</strong> Deus Rodrigues. O Brasil na década <strong>de</strong> 1940: autoritarismo e <strong>de</strong>mocracia. São Paulo:<br />

Àtica. 199. p. 39.

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