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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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diretamente ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do país. Paralelamente à economia baseada na<br />

exportação do café, os acordos políticos celebrados por meio da política dos governadores e<br />

da política <strong>de</strong> compromissos do coronelismo permitiram a montag<strong>em</strong> <strong>de</strong> máquinas político-<br />

administrativas que outorgaram aos estados-m<strong>em</strong>bros alguma autonomia <strong>em</strong> relação ao<br />

governo fe<strong>de</strong>ral, s<strong>em</strong> que isso afastasse a intervenção do Estado na solução dos probl<strong>em</strong>as<br />

político-econômicos do Brasil, especialmente a partir <strong>de</strong> década <strong>de</strong> 1930 263 .<br />

Passada a Revolução <strong>de</strong> 1930, o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, sob a interventoria <strong>de</strong> Flores da<br />

Cunha, continuava contando com o apoio dos agropecuaristas, inseridos na elite do grupo<br />

dominante. Eles se caracterizavam por ser<strong>em</strong> estancieiros fortes e respeitados que, <strong>em</strong>bora<br />

tivess<strong>em</strong> compartilhado com as idéias revolucionárias na intenção do <strong>de</strong>smonte da máquina<br />

política da República Velha, enraizada nas situações municipais, constataram que isso não<br />

po<strong>de</strong>ria ocorrer tão <strong>de</strong>pressa quanto pensavam. Muitos grupos que antes se encontravam no<br />

po<strong>de</strong>r foram substituídos, mas isso não significou que eles per<strong>de</strong>ram os atributos e o domínio<br />

que mantinham, porque o “coronel” continuava mantendo a sua autorida<strong>de</strong> social e política<br />

sobre os <strong>de</strong>mais. As mudanças ocorreram sob uma nova maneira <strong>de</strong> domínio oligárquico, mas<br />

não conseguiram extirpar com o coronelismo. Tal regra valeu para todo o Brasil e assim<br />

sendo o Rio Gran<strong>de</strong> do Sul e o Planalto Médio não foram exceção 264 .<br />

Em nível nacional, val<strong>em</strong>o-nos <strong>de</strong> uma nota publicada no Correio do Povo <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong><br />

nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1931, que reforçou a afirmação que o coronelismo se fazia presente <strong>em</strong> todas as<br />

esferas políticas, iniciando pela maior, ou seja, a ligada ao po<strong>de</strong>r central<br />

117<br />

[...] o partido do Cel. João Francisco realizou na Escola <strong>de</strong> Belas Artes no Rio, sua<br />

anunciada conferência, instalando o Partido Nacionalista Brasileiro. A<strong>pós</strong> a<br />

conferência foi procedida a leitura dos nomes que comporão o comitê central que<br />

terá a seu cargo levar ao conhecimento do sr. Getúlio Vargas os <strong>de</strong>sígnios do novo<br />

partido. Esse comitê ficou assim instituído: Ceará - Capitão Estenio Albuquerque <strong>de</strong><br />

Lima; (...) Sergipe - General Otavio Fontes Pitanga; Alagoas - General Góes<br />

Monteiro; (...) Rio Gran<strong>de</strong> do Sul - General Ximeno <strong>de</strong> Villeroy; (...) As teses<br />

principais do <strong>programa</strong> do Partido Nacionalista são: (...) militarização da<br />

socieda<strong>de</strong> brasileira pela disciplina [...]265 . (grifos nosso).<br />

Os fragmentos <strong>de</strong>stacados da nota do jornal <strong>de</strong>monstram o privilégio dado aos<br />

263 COLUSSI, Eliane Lucia. Estado novo e municipalismo gaúcho. Passo Fundo: Ediupf, 1996. p. 16.<br />

264 FÉLIX, Loiva. Coronelismo, borgismo e cooptação política. 2. ed. Porto Alegre: UFRGS, 1996. p. 175-176.<br />

265 CORREIO DO POVO. Porto Alegre, n. 262, ano XXXVII, 08 nov. 1931. p. 08.

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