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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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De acordo com o supracitado, Charle atesta:<br />

As elites são <strong>de</strong>finidas pela <strong>de</strong>tenção <strong>de</strong> um certo po<strong>de</strong>r ou então como produto <strong>de</strong><br />

uma seleção social ou intelectual, e o estudo das elites seria um meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar<br />

quais são os espaços e os mecanismos do po<strong>de</strong>r nos diferentes tipos <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> ou<br />

os princípios <strong>em</strong>pregados para o acesso às posições dominantes. A utilização da<br />

noção <strong>de</strong> elite não é recente nas ciências sociais. Des<strong>de</strong> os trabalhos <strong>de</strong> Pareto acerca<br />

da “circulação das elites”, esta noção manteve-se presente nos <strong>de</strong>bates relativos às<br />

hierarquias sociais, ao po<strong>de</strong>r ou a representação política 202 .<br />

De 1937 até 1950, Vargas aparent<strong>em</strong>ente polarizou a elite política. Em termos gerais,<br />

a geração mais velha (a geração <strong>de</strong> Vargas) agora o apoiava mais do que os políticos mais<br />

jovens. Como ex<strong>em</strong>plo, a elite dividiu-se <strong>em</strong> partes mais ou menos idênticas com relação ao<br />

golpe do Estado Novo, <strong>em</strong> 1937, mas os políticos da primeira geração o apoiavam, ao passo<br />

que os da segunda, <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> parte, opunham-se a ele. Estes últimos talvez tenham sentido<br />

que suas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ascensão seriam tolhidas, e sua hora veio <strong>em</strong> 1945, quando a<br />

segunda geração apoiou o golpe militar contra Vargas mais do que a primeira geração. Em<br />

1950, todos os políticos <strong>de</strong> primeira geração sobre os quais há dados disponíveis apoiaram a<br />

eleição <strong>de</strong> Vargas, ao mesmo t<strong>em</strong>po que a segunda geração dividiu- se <strong>em</strong> partes iguais 203 .<br />

Com base na síntese da elite política no período <strong>de</strong> 1930 a 1945 po<strong>de</strong>mos atribuir<br />

importância à participação burguesa ao longo do t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> capital,<br />

como a posição dos <strong>em</strong>presários perante a classe trabalhadora e a sua posição diante da<br />

intervenção estatal na economia, do ponto <strong>de</strong> vista do controle burocrático do Estado sobre a<br />

economia e da expansão do Estado como agente produtivo. Esses setores aparec<strong>em</strong>,<br />

simultaneamente, <strong>em</strong> diferentes momentos ao longo do período que investigamos (1930-<br />

1945). Contudo, não só cada uma <strong>de</strong>las adquire um significado variável, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do<br />

contexto estrutural específico <strong>em</strong> que <strong>em</strong>erge, como também ten<strong>de</strong> a ocorrer uma seqüência<br />

<strong>em</strong> que cada uma <strong>de</strong>ssas questões aparece como predominante, ou seja, a questão trabalhista,<br />

<strong>em</strong> fins da década <strong>de</strong> 1920 e início da <strong>de</strong> 1930; a intervenção estatal na economia entre fins da<br />

década <strong>de</strong> 1930 e início da <strong>de</strong> 1940, primeiro <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> controle burocrático sobre a<br />

202<br />

CHARLE, Christophe apud HEINZ, Flávio M (Org.). Por outra história das elites. Rio <strong>de</strong> Janeiro: FGV,<br />

2006, p. 8.<br />

203<br />

FARIA, Antonio Augusto; BARROS, Edgard Luiz <strong>de</strong>. O retrato do velho. São Paulo: Atual, 1984.<br />

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