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programa de pós-graduação em desenvolvimento regional - Unisc

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acordo, opuseram-se a Flores e ao po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> pressão da FUG. João Neves da Fontoura, <strong>em</strong><br />

uma carta a Maurício Cardoso, sintetizava a situação da época:<br />

307<br />

Acredita que Getúlio trate conosco divididos, agatanhados, enfraquecidos? AH! Isso<br />

é que não. Ele nos dará uma pastinha <strong>de</strong> ministro, uns <strong>em</strong>pregos bons para alguns, e<br />

fica por aí. Porque nós, <strong>em</strong> luta violenta contra Flores, entregamos ao Getúlio apenas<br />

mais quatro anos <strong>de</strong> presidência 753<br />

O certo é que a assinatura do modus-vivendi reforçou ainda mais a projeção nacional<br />

da FUG, tornando-a foco das atenções <strong>de</strong> Getúlio, porque representava a principal força <strong>de</strong><br />

oposição. Getúlio passou a impedir que o acordo assinado no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul se<br />

transformasse numa aliança contra o governo fe<strong>de</strong>ral e atraiu a FUG com a intenção <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgastar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Flores, <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> já se encontrava <strong>em</strong> processo <strong>de</strong> afastamento. O modus-<br />

vivendi trouxe à tona um assunto que Getúlio queria ignorar: o <strong>de</strong>bate público da sucessão<br />

presi<strong>de</strong>ncial, prevista para 1938.<br />

Em Passo Fundo, m<strong>em</strong>bros do PRL <strong>de</strong>scontentes com as medidas adotadas pelos<br />

componentes que haviam firmado o acordo para constituir a FUG, alegando não haver sido<br />

convidados tampouco, consultados sobre tal <strong>de</strong>cisão, resolveram também formar uma corrente<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, mas <strong>de</strong> apoio ao PRL. O Correio do Povo <strong>de</strong>ra <strong>de</strong>staque à nota, na qual<br />

grifamos os nomes representativos da elite política:<br />

Conforme já comunicamos anteriormente por telegrama, no dia 24 <strong>de</strong> junho próximo<br />

passado, por iniciativa dos drs. Antonio Bittencourt <strong>de</strong> Azambuja, Gelso Ribeiro,<br />

coronel João Fagun<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza e major Hermínio Silveira el<strong>em</strong>entos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />

nesta terra, reuniram-se <strong>em</strong> Ass<strong>em</strong>bléia, e com a presença <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

correligionários, para <strong>de</strong>liberar<strong>em</strong> sobre a atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> assumir <strong>em</strong> face <strong>de</strong> não ter<strong>em</strong><br />

sido ouvidos por ocasião da aliança entre a Frente Única e o PRL, <strong>em</strong> 17 <strong>de</strong> janeiro<br />

do corrente ano. A nova corrente política chefiada pelo dr. Antonio Bittencourt <strong>de</strong><br />

Azambuja, <strong>de</strong>sliga-se e constitui-se paralelamente in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte à Frente Única e<br />

assim como ela colaborará com o Partido Republicano Liberal <strong>em</strong> irrestrita aliança<br />

conforme consta na ata elaborada no dia 24 e que a seguir reproduzimos: Ata: aos 24<br />

dias <strong>de</strong> 1936 nesta cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Passo Fundo, Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, presentes vários<br />

el<strong>em</strong>entos do município convocados pelos srs. Antonio Bittencourt <strong>de</strong> Azambuja,<br />

coronel João Fagun<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza major Hermínio Silveira e dr. Gelso Ribeiro, para<br />

<strong>de</strong>liberar<strong>em</strong> <strong>de</strong> assumir nesse momento excepcional da vida política do país e<br />

consi<strong>de</strong>rando que a Frente Única se aliou ao Partido Republicano Liberal por efeito<br />

e, pelo menos para os fins do pacto político <strong>de</strong> 17 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong>ste ano; consi<strong>de</strong>rando<br />

que, posto, represent<strong>em</strong> os firmatários abaixo, uma corrente <strong>de</strong> opinião<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e alheia aquele pacto, para cuja lavratura não foram ouvidos,<br />

n<strong>em</strong> contribuíram, cumpre-lhes, todavia, o <strong>de</strong>ver primário <strong>de</strong> não se<br />

753 CAMARGO, Aspásia et al. O golpe silencioso. Rio <strong>de</strong> Janeiro: Rio Fundo, 1989. p. 84.

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