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desenvolver: a) a participação popular (levada a sério); b) o cotidiano<br />
d<strong>as</strong> artes; c) a valorização da memória; d) os intercâmbios<br />
culturais; e) e o diálogo permanente com a sociedade.<br />
Acabamos optando por uma dinâmica que envolvia inicialmente<br />
a criação de um movimento. Criar logo no primeiro ano de<br />
gestão um movimento de parceri<strong>as</strong> estratégic<strong>as</strong>, com vários<br />
contextos distintos da cidade, da favela ao ‘instituto cultural’,<br />
sinalizando, <strong>para</strong> todos, que havia conversa, que era possível<br />
estabelecer convers<strong>as</strong>. Não a conversa solta (como esta que<br />
nos ocupa), e sim a conversa engajada, <strong>para</strong> fazer alguma coisa.<br />
Essa iniciativa exigiu a criação de determinados formatos, capazes<br />
de abrigar o movimento, os diálogos, a formação de parceiros,<br />
em suma, a conversa.<br />
Esses diálogos culturais sempre trazem à baila a consciência de<br />
três grandes ramos de cultura em Salvador: a) a cultura letrada;<br />
b) a que é gestada e veiculada através da mídia; c) e aquela produzida<br />
no âmbito d<strong>as</strong> comunidades, em geral fortemente ligada à<br />
ancestralidade. No cruzamento dess<strong>as</strong> fronteir<strong>as</strong>, na riqueza d<strong>as</strong><br />
ruptur<strong>as</strong>, releitur<strong>as</strong> e permanênci<strong>as</strong>, parece se situar o tesouro<br />
cultural da nossa produção simbólica. A maior parte daquilo que<br />
celebramos como excelênci<strong>as</strong> já são um roteiro complexo entre<br />
esses três mundos, a exemplo de Caymmi, Emma Vale, João<br />
Ubaldo, Glauber Rocha, Lindembergue Cardoso...<br />
Vários exemplos dos tais formatos que marcaram uma primeira<br />
etapa de gestão/criação podem ser mencionados. Vamos relembrar<br />
alguns deles. Por exemplo, os festivais de aniversário da<br />
cidade – Viva Salvador. Começamos a gestão em janeiro de 2005<br />
e já no dia 5 de março lançávamos uma programação <strong>para</strong> os 456<br />
anos de fundação da cidade, envolvendo mais de cem eventos.<br />
Como foi possível organizar isso, em tão pouco tempo, num período<br />
difícil, com féri<strong>as</strong>, carnaval e ainda aprendendo a manejar<br />
100 paulo costa lima