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Fala-se crescentemente em precarização, em trabalho precário.<br />
Com muita frequência, a inclusão é excludente, no sentido<br />
de que mesmo os trabalhadores com carteira <strong>as</strong>sinada, mesmo<br />
os trabalhadores formais, que são a maioria nesses postos de<br />
trabalho que vêm sendo criados no Br<strong>as</strong>il e em Salvador, não têm<br />
exatamente os mesmos direitos que a geração p<strong>as</strong>sada teve; os<br />
trabalhadores formais estão perdendo seus direitos. M<strong>as</strong> isso é<br />
uma outra discussão. O fato é que b<strong>as</strong>ta olhar pela cidade que<br />
se percebe que a economia da cidade está “bombando”; isso é<br />
inegável e <strong>as</strong> estatístic<strong>as</strong> estão mostrando isso, claramente. E é<br />
claro que isso não se deve apen<strong>as</strong> ou principalmente ao trabalho<br />
do Sistema de Intermediação de Mão de Obra. Isso, na verdade,<br />
reflete o boom que o País vive, que a Bahia vive também. Como<br />
garantir a continuidade disso? É claro que a continuidade depende<br />
da política, da situação internacional, da política macroeconômica,<br />
m<strong>as</strong> depende também da cidade se diferenciar, e da cidade<br />
se diferenciar, sendo liderança ou vanguarda no processo de<br />
definição de uma política econômica própria, coisa que Salvador<br />
até hoje nunca teve.<br />
N<strong>as</strong> últim<strong>as</strong> décad<strong>as</strong>, o Estado da Bahia teve uma política<br />
econômica muito clara, b<strong>as</strong>eada em du<strong>as</strong> pern<strong>as</strong>; não em três<br />
ou quatro, m<strong>as</strong> b<strong>as</strong>eada em apen<strong>as</strong> du<strong>as</strong> pern<strong>as</strong>: a atração de<br />
indústri<strong>as</strong>, a qualquer custo, com b<strong>as</strong>e na guerra fiscal, e o apoio<br />
a certo turismo. A atração de indústri<strong>as</strong>, a qualquer custo, não<br />
é política <strong>para</strong> Salvador. Salvador não tem a menor condição, e,<br />
graç<strong>as</strong> a Deus, não tem, de voltar a ser, ou melhor, de ser aquilo<br />
que nunca foi: um centro industrial. O preço da terra não permite,<br />
<strong>as</strong> condições ambientais não permitem. A indústria continuará<br />
concentrando-se na periferia de Salvador, em Camaçari, em<br />
Simões Filho etc., <strong>para</strong> o bem e <strong>para</strong> o mal.<br />
Quanto ao turismo, este precisa ser qualificado. Esse turismo<br />
de m<strong>as</strong>sa, que alguns chamam de horda, que a cidade conheceu<br />
até agora, vai muito bem, obrigado, m<strong>as</strong> cresce a tax<strong>as</strong> cada vez<br />
136 paulo henrique de almeida