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Políticas Culturais para as Cidades

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cultura, quando a cultura atua como calmante a incentivar a p<strong>as</strong>sividade<br />

pelo suposto reconhecimento social do fazer cultural<br />

de grupos segregados, muitos dos quais concebem sua situação<br />

como um “ac<strong>as</strong>o” de sua história de vida.<br />

São contradições que merecem a nossa atenção, quando focamos<br />

<strong>as</strong> cidades como lugares d<strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong>, e ao mesmo tempo<br />

lugar comum, no sentido de todos, não da universalidade da<br />

igualdade, m<strong>as</strong> da capilaridade <strong>para</strong> a diversidade social, m<strong>as</strong>carando<br />

nessa tolerância o enquadramento dos mais diversos<br />

grupos sociais em su<strong>as</strong> expressões culturais.<br />

No lugar de todos, os espaços de cada um<br />

Se a cidade é o lugar de todos, nela a divisão social pode ser<br />

percebida com nitidez ou de modo confuso, na medida em que<br />

polític<strong>as</strong> de dissimulação são post<strong>as</strong> em prática, tanto do lado<br />

institucional do poder, como n<strong>as</strong> estratégi<strong>as</strong> de representação<br />

de grupos sociais. Uma cidade é sempre invisível em sua totalidade,<br />

a contrariar os estereótipos que dela se constroem. Em<br />

uma sequência de publicações sobre a violência urbana avançada,<br />

Wacquant (2001, 2005, 2008) examina e com<strong>para</strong> a situação dos<br />

guetos nos Estados Unidos, mais especificamente em Chicago,<br />

e na França, demonstrando diferentes polític<strong>as</strong> urban<strong>as</strong>, sendo<br />

a dos Estados Unidos, com a evidente retração do Estado e<br />

o aumento considerável da criminalidade em certos “guetos”,<br />

territórios da indiferenciação social e cultural, ao contrário do<br />

fenômeno que se observa n<strong>as</strong> cités frances<strong>as</strong>, cidades periféric<strong>as</strong>,<br />

a famosa banlieu que, em 2006 e 2007, mostrou-se larga e poderosamente<br />

incendiária com os protestos de jovens da terceira<br />

geração de migrantes acolhidos, sobretudo africanos e árabes.<br />

O padrão br<strong>as</strong>ileiro de polític<strong>as</strong> urban<strong>as</strong> foi crescentemente o<br />

de distinção da diversidade social, alocando os diferentes grupos<br />

em espaços homogeneizados, ou seja, de indiferenciação, em<br />

cultura, cidade e democracia: o jogo da cultura no mundo contemporâneo 201

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