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110 javier alfaya<br />
É fato que houve muita crítica no momento dos embates<br />
eleitorais da última disputa <strong>para</strong> o governo estadual, e também<br />
no debate da transição, acerca dos modelos que nós tínhamos<br />
que adotar aqui na Bahia, de divers<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> – <strong>as</strong>sim<br />
como a de cultura. M<strong>as</strong> também em relação às polític<strong>as</strong> <strong>para</strong> <strong>as</strong><br />
cidades que, inclusive, implicaram a criação da Secretaria de<br />
Desenvolvimento Urbano. Só que isso ainda precisa ser mais<br />
sistematizado e divulgado, de maneira que a sociedade baiana<br />
possa se municiar, <strong>para</strong> uma reflexão mais profunda, de uma<br />
possível e necessária relação saudável entre a política, poder,<br />
partidos políticos, eleições e <strong>as</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong>, em geral, e a<br />
política pública de cultura, especificamente, sem perder de vista<br />
<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> de planejamento e de desenvolvimento d<strong>as</strong> cidades.<br />
Aprendemos com a história da civilização humana que <strong>as</strong> cidades<br />
são marcad<strong>as</strong> pela concentração de atividades. Daí também<br />
ser um lugar do poder político, onde há concentração de poder,<br />
de dinheiro, da quantidade de atividades que os seres humanos,<br />
próximos e interligados de uma maneira, autoritária ou não, produzem.<br />
Por conseguinte, a cidade é, necessariamente, sinônimo<br />
de concentração. Pode ser uma concentração democrática entre<br />
espaços públicos e privados, com qualidade ou sem qualidade,<br />
m<strong>as</strong>, antes de tudo, somos concentração.<br />
Quando vamos ao interior, é comum ouvir uma pessoa, mesmo<br />
já no território de um município, dizer: “Eu vou à cidade’. Ela<br />
diz que vai “à cidade” porque se refere ao núcleo urbano principal<br />
do município, geralmente constituído por povoados, distritos<br />
e o núcleo urbano, este, sim, chamado de “cidade”. Então, cidade<br />
é antes de tudo concentração. E concentração também de<br />
problem<strong>as</strong>, concentração de expectativ<strong>as</strong>, concentração de possibilidades<br />
e concentração de trav<strong>as</strong>. De trav<strong>as</strong> e possibilidades,<br />
bloqueios e impedimentos. E, ao mesmo tempo, concentração de<br />
possibilidades e de avenid<strong>as</strong> – no sentido mais amplo do termo,<br />
não apen<strong>as</strong> no sentido físico.