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Políticas Culturais para as Cidades

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178 ruy espinheira filho<br />

tenho visto muita globalização, é a globalização da mediocridade,<br />

e não tenho visto outra coisa.<br />

Então, isto é o que posso dizer a vocês, <strong>as</strong>sim até de forma<br />

um tanto emocional, porque inclusive eu acho que a emoção é<br />

a nossa inteligência maior. Eu digo isso aos meus alunos, eles<br />

ficam um tanto quanto espantados, m<strong>as</strong> é verdade, porque no<br />

território da arte, sobretudo, é a intuição, a sensibilidade e a<br />

emoção, muito mais do que <strong>as</strong> “filosofânci<strong>as</strong>” que aparecem de<br />

vez em quando, o que eu posso apen<strong>as</strong> é fazer este depoimento.<br />

Eu me lembro que, em 2006, quando me deram aqui uma ‘plaquinha’<br />

de Personalidade Cultural, porque eu havia recebido o<br />

prêmio da Academia Br<strong>as</strong>ileira de Letr<strong>as</strong>, junto com o professor<br />

Luiz Henrique Di<strong>as</strong> Tavares, que tinha recebido o prêmio de<br />

História, e um dos oradores disse que a Bahia não dava valor, ou<br />

melhor, que o Br<strong>as</strong>il não reconhecia os grandes valores da Bahia,<br />

eu fui obrigado a responder: “Pelo contrário, é a Bahia que não<br />

reconhece, lá fora reconhecem, sim, lá fora eles estão abertos,<br />

principalmente o Rio de Janeiro, o Rio de Janeiro sempre aceitou,<br />

está todo mundo lá. Agora aqui é muito difícil, porque aqui só<br />

se prioriza a gritaria, o rebolado, o “ai, ai, ai, ui, ui, ui”, m<strong>as</strong>, na<br />

hora que você faz uma coisa mais elaborada, você não tem público,<br />

porque o público não se interessa, porque o público quer<br />

isso, essa gritaria, m<strong>as</strong> o público quer isso porque não teve uma<br />

b<strong>as</strong>e e essa b<strong>as</strong>e nós temos que dar, isso tem que ser o pessoal<br />

novo que está chegando aí, tem que ter uma postura crítica. Não<br />

é simplesmente fazer espetáculos, abrir <strong>para</strong> cada um mostrar<br />

sua artimanha em nome da arte, em nome de uma democracia<br />

artística. Arte é uma coisa que trafega num território diferente,<br />

num território em que uma coisa chamada qualidade tem importância<br />

fundamental. Então, não é somente abrir, dar vez a<br />

todo mundo. Isso é muito bonito <strong>para</strong> quem tem interesse em<br />

ser eleito vereador ou prefeito. Para mim, não é não. Para mim,<br />

nós temos que realmente ter senso crítico e, se a coisa realmente

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