19.04.2014 Views

Políticas Culturais para as Cidades

FBPoliticasCulturais_Cidades

FBPoliticasCulturais_Cidades

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

é um organismo”, com su<strong>as</strong> artéri<strong>as</strong> (sistema viário); seu tecido<br />

urbano, com su<strong>as</strong> diferentes célul<strong>as</strong> (habitações e edificações<br />

divers<strong>as</strong>); seu coração (o centro urbano); seus pulmões (áre<strong>as</strong> verdes).<br />

Outro tópico, a oposição dos predicados, enquanto presença<br />

da bipolaridade discursiva, do sim e do não, do bem e do mal, ou<br />

seja, enquanto limitações impost<strong>as</strong> pela lógica binária, ou seja,<br />

a forma de pensar dialética. Por fim, semelhança do percebido.<br />

Qualquer coisa, em função do já vivido, permite que se estabeleça<br />

como uma semelhança. Costuma-se afirmar, por exemplo:<br />

“Recife é a Veneza br<strong>as</strong>ileira”; “Bariloche a Suíça da América do<br />

Sul”, ou seja, um superficial e exterior entendimento dess<strong>as</strong><br />

realidades muito complex<strong>as</strong> e diferentes entre si.<br />

Esses tópicos constituem a maneira de olhar e entender <strong>as</strong><br />

cois<strong>as</strong> apen<strong>as</strong> em su<strong>as</strong> exterioridades. E isso, apen<strong>as</strong> no universo<br />

macro da pura representação, universo que, todavia, coexiste<br />

com o universo cósmico (sideral) e o universo micro (molecular),<br />

os quais expressam entendimentos mais complexos sobre aquilo<br />

que se vê e o que se diz, ou seja, <strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> e <strong>as</strong> cois<strong>as</strong> enquanto<br />

form<strong>as</strong> de expressão e form<strong>as</strong> de conteúdo que são caracterizad<strong>as</strong><br />

por su<strong>as</strong> exterioridades.<br />

Pergunto: qual é a identidade da Cidade do Salvador? Lembrome<br />

que quando criança aqui cheguei, Salvador era um “presépio”<br />

em sua modesta dimensão urbana. Tinha apen<strong>as</strong> seis anos,<br />

em 1935, quando, acompanhado por meu pai, p<strong>as</strong>sei na área<br />

hoje denominada Praça da Sé. Lembro-me que vi apen<strong>as</strong> ruín<strong>as</strong>,<br />

pois haviam demolido um quarteirão inteiro <strong>para</strong> criar a Praça<br />

e, anteriormente, soube depois, que haviam demolido a Igreja<br />

da Sé <strong>para</strong> dar p<strong>as</strong>sagem à linha de bonde. E pergunto ainda:<br />

qual a identidade do Pelourinho, depois da reforma feita por<br />

acm, com a retirada de seus moradores e transformado num<br />

shopping a céu aberto? Qual é a identidade da Praça da Sé, hoje,<br />

depois de múltipl<strong>as</strong> destinações (diferentes terminais de ônibus;<br />

depois a implantação do calçadão; e hoje a exposição d<strong>as</strong> ruín<strong>as</strong><br />

diferença versus identidade nos processos culturais 69

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!