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Políticas Culturais para as Cidades

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52 clímaco di<strong>as</strong><br />

Milton Santos de que a forma e o conteúdo não se se<strong>para</strong>m.<br />

Forma, função e processo são inseparáveis num prédio. Uma<br />

rua sem o sentido social não existe, não tem sentido. Essa é uma<br />

questão fundamental.<br />

P<strong>as</strong>so a discutir uma questão rapidamente, porque são dez minutos.<br />

Eu digo que tudo que você fala em cinco hor<strong>as</strong>, pode falar<br />

em cinco minutos. Tudo. Então, vou discutir algum<strong>as</strong> questões<br />

acerca de cultura de m<strong>as</strong>sa e cultura popular como patrimônios,<br />

a cultura popular como patrimônio e a cultura de m<strong>as</strong>sa como<br />

algo que busca retirar e podar esse patrimônio e o exemplo claro<br />

que eu discuto, a partir de trabalhos que realizei, principalmente<br />

acerca do Carnaval de Salvador.<br />

O Carnaval de Salvador hoje é um exemplo bom <strong>para</strong> qualquer<br />

cidade do Br<strong>as</strong>il, porque é uma manifestação popular genuína,<br />

autêntica, m<strong>as</strong> essa manifestação vem sendo hegemonizada pela<br />

cultura de m<strong>as</strong>sa. Um grupo dessa cultura de m<strong>as</strong>sa apreende,<br />

engessa essa cultura popular de vári<strong>as</strong> form<strong>as</strong> e esse grupo é um<br />

grupo cada dia mais reduzido e que leva o carnaval de Salvador<br />

a um engessamento, e por que o engessamento? Porque há<br />

uma manifestação clara d<strong>as</strong> entidades populares no espaço do<br />

Carnaval, m<strong>as</strong> el<strong>as</strong> não têm visibilidade. O candomblé está lá,<br />

esta lá o samba de roda, estão lá tod<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> manifestações, m<strong>as</strong><br />

são manifestações sem visibilidade. A visibilidade é dada por<br />

um grupo que domina, e o que é mais grave, bem mais grave,<br />

é que esse é um grupo que tem popularidade. Aí, parece que<br />

é cultura popular. Não, esse grupo é popular dentro de uma<br />

apreensão da cultura de m<strong>as</strong>sa. Então, o poder político não tem<br />

o empoderamento suficiente <strong>para</strong> mexer com esse grupo, não<br />

tem condições polític<strong>as</strong>, porque mexer com esse grupo é mexer<br />

com voto, é mexer com a própria política. Essa é uma questão,<br />

<strong>para</strong> mim, absolutamente clara.<br />

A cultura popular, a despeito disso, segundo Milton Santos,<br />

está ganhando a <strong>para</strong>da da cultura de m<strong>as</strong>sa. Ele diz isso numa

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