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Políticas Culturais para as Cidades

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132 lia robatto<br />

citando seus autores preferidos, notando-se que qu<strong>as</strong>e todos citaram<br />

Milton Santos. O interessante desta mesa é a apresentação de<br />

uma visão de que a cidade está sempre em processo, um processo<br />

dinâmico, contínuo, de transformações e por isso mesmo traz<br />

muita preocupação quanto à preservação de referênci<strong>as</strong> ambientais,<br />

monumentais, da sua arquitetura e o perigo da sua tendência<br />

de descaracterização. M<strong>as</strong>, ao mesmo tempo, os palestrantes enfatizaram<br />

a importância dessa dinâmica de contínua transformação<br />

que deve ser vista através da referência do tempo histórico. Foram<br />

discutid<strong>as</strong> questões de identidade, com idei<strong>as</strong> interessantíssim<strong>as</strong>,<br />

onde <strong>as</strong> diferenç<strong>as</strong> e a diversidade é que contam.<br />

Já foi dito que a cidade é o local da mestiçagem, do hibridismo,<br />

da mistura, da troca, onde <strong>as</strong> vári<strong>as</strong> “tribos” e grupos de indivíduos<br />

convivem. As questões da diminuição da ação do Estado<br />

na cidade, com o capital do empresariado começando a definir<br />

a arquitetura da cidade, tendo visto <strong>as</strong> antig<strong>as</strong> e pouquíssim<strong>as</strong><br />

praç<strong>as</strong> que nós tínhamos substituíd<strong>as</strong> pelos shoppings, que se<br />

tornaram o local de encontro, evidentemente com exclusão daqueles<br />

que não têm condições de acesso a esse local de compr<strong>as</strong>.<br />

Discutiu-se muito a questão da violência na cidade e hoje, na<br />

mesa anterior, Sérgio Fari<strong>as</strong> falou com muita pertinência sobre<br />

cultura e educação, como uma d<strong>as</strong> propost<strong>as</strong> de polític<strong>as</strong> <strong>para</strong><br />

a cidade.<br />

Bom, enfim, falou-se dos saberes, dos fazeres, m<strong>as</strong> se falou<br />

pouco dos quereres. Como Maria Brandão chamou a atenção, no<br />

primeiro dia deste evento, “O que nós queremos dessa cidade?”<br />

A cidade é fragmentada, nós, como coletivo, somos múltiplos e<br />

cada pessoa também é múltipla, porque uma coisa é identificar-<br />

-se nos diversos papéis que atua na sociedade: você como gênero,<br />

você como função, você como etnia etc. Enfim, a gente tem vários<br />

<strong>as</strong>pectos identificatórios e cada <strong>as</strong>pecto tem um desejo e tem<br />

uma necessidade e não é tão fácil articular tod<strong>as</strong> ess<strong>as</strong> demand<strong>as</strong><br />

que uma cidade deva oferecer.

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