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Políticas Culturais para as Cidades

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produzir uma peça de divulgação daquela área, a partir da ótica<br />

vivencial deles, <strong>para</strong> o restante da cidade.<br />

Gostaria de finalizar discorrendo sobre uma fr<strong>as</strong>e: “patrimônio<br />

é solidariedade”. Trata-se de uma expressão cunhada pelo<br />

Prof. Dalmo Vieira, Diretor do Patrimônio Material do iphan,<br />

no Fórum sobre Patrimônio Material da Bahia, que realizamos<br />

em Lençóis, agora em maio. Acho muito interessante porque<br />

se vincula o patrimônio com memória, vivência. M<strong>as</strong> há essa<br />

dimensão da solidariedade intergeracional, muito utilizada na<br />

abordagem ambiental. Com o meio ambiente, sabemos que o<br />

mundo é uma bola, que estamos todos em um mesmo barco e<br />

o que fizermos terá consequênci<strong>as</strong> no futuro. Podemos, então,<br />

guardando <strong>as</strong> devid<strong>as</strong> proporções, aplicar essa dimensão aos<br />

bens culturais, naqueles que consideramos patrimônio, sejam<br />

eles materiais ou imateriais. Eles são um modo de p<strong>as</strong>sarmos<br />

<strong>para</strong> o futuro, porque o mundo não vai acabar hoje nem depois<br />

de amanhã. E se haverá continuidade, nós precisamos deixar<br />

algum<strong>as</strong> referênci<strong>as</strong>, porque senão fica parecendo que o mundo<br />

deve redescobrir a roda a cada geração! Essa é uma ideologia<br />

que não nos leva muito longe e nos deixa atolados no m<strong>as</strong>sapé,<br />

enquanto Min<strong>as</strong> Gerais está lá na frente, e outros estados também,<br />

com legislações que reforçam a preservação patrimonial, a<br />

exemplo da que institui uma distribuição diferenciada de icms.<br />

Nós ficamos achando que a Bahia é a Bahia, que somos demais<br />

e, no entanto, estamos perdendo sustança. Isso porque temos<br />

uma rica história, m<strong>as</strong> é preciso construir uma nova história,<br />

mais democrática, em que se elaborem polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> que não<br />

sejam b<strong>as</strong>ead<strong>as</strong> nos favorecimentos que se tornaram históricos.<br />

Na Bahia, até axé era bancado pelo Estado! Mudar essa cultura é<br />

um grande desafio. Eu deixo isso <strong>para</strong> nós refletirmos.<br />

reflexões sobre a cultura e <strong>as</strong> cidades 121

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