Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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caso”. O <strong>com</strong>prometimento intelectual severo e o <strong>com</strong>portamento agressivo são<br />
consi<strong>de</strong>rados ou, ao menos sinalizados, <strong>com</strong>o po<strong>de</strong>ndo ser motivo para negar o<br />
acesso da criança <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência à escola.<br />
Mas é uma criança assim <strong>com</strong>o N., por ex<strong>em</strong>plo. Como é… sabe, eu<br />
fico pensando, <strong>com</strong>o é que vai ficar essa alfabetização? Na sala <strong>de</strong><br />
aula (…), é por isso que eu falo da inserção, ela está ali na sala, está<br />
num grupo, mas ao mesmo t<strong>em</strong>po po<strong>de</strong> estar só.<br />
Eu vejo que a escola hoje, não que ela não possa agir <strong>com</strong> a inclusão,<br />
é importante a inclusão sim, agora n<strong>em</strong> <strong>em</strong> todos os casos eu acho<br />
que é importante incluir, t<strong>em</strong> casos que a criança é muito agressiva,<br />
ela t<strong>em</strong> <strong>com</strong>portamentos que não <strong>com</strong>pet<strong>em</strong> a você enquanto<br />
educador, você não t<strong>em</strong> essa <strong>com</strong>petência <strong>de</strong> estar lidando <strong>com</strong><br />
aquele tipo <strong>de</strong> criança ali.<br />
Utilizando a justificativa <strong>de</strong> que a criança <strong>com</strong> distúrbios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento po<strong>de</strong><br />
sofrer se a escola não estiver preparada, ou seja, alegando o b<strong>em</strong>-estar das crianças, e<br />
não o seu mal-estar <strong>em</strong> recebê-las, as professoras chegam a questionar se é viável<br />
fazer a inclusão daquelas “mais diferentes entre os diferentes”:<br />
Se ele estiver numa escola <strong>em</strong> que vai ser respeitado, vai haver uma<br />
preocupação <strong>de</strong> <strong>com</strong>o ele está apren<strong>de</strong>ndo, <strong>de</strong> <strong>com</strong>o ele vai po<strong>de</strong>r<br />
estar avançando <strong>em</strong> algumas questões, ótimo! Agora se ele tiver ali<br />
só por estar ali, não vai ser bom pra ele. Não vai ser bom porque é<br />
largado <strong>de</strong> lado, porque os colegas bat<strong>em</strong>, os colegas criticam, então<br />
não vale a pena.<br />
Às vezes, eu me vejo perdida s<strong>em</strong> saber o que fazer <strong>com</strong> ela, que tipo<br />
<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> passar, porque ela não faz nenhuma ativida<strong>de</strong>. S<strong>em</strong>pre<br />
risca tudo. Me in<strong>com</strong>oda ver D. na sala parecendo um vegetal. Ela<br />
fica olhando pra longe o t<strong>em</strong>po todo. Às vezes, ela chaga atacada e<br />
quer jogar as ca<strong>de</strong>iras todas no chão. Mas, normalmente, ela não<br />
in<strong>com</strong>oda ninguém e até interage <strong>com</strong> os outros meninos. Como<br />
<strong>de</strong>senvolver um trabalho <strong>com</strong> ela? O que eu faço? Vou <strong>de</strong>ixar ela só<br />
olhando o t<strong>em</strong>po inteiro? Como é que eu vou agir <strong>com</strong> ela pra que ela<br />
me entenda?<br />
T<strong>em</strong>os aqui, b<strong>em</strong> ex<strong>em</strong>plificada, a questão <strong>com</strong>plexa e polêmica apontada pela<br />
revisão <strong>de</strong> literatura <strong>em</strong> torno do t<strong>em</strong>a: a inclusão na escola regular é possível, para<br />
qualquer criança? Trata-se, efetivamente, <strong>de</strong> uma questão <strong>de</strong>licada.<br />
Vários autores, entre eles Prieto (2005), reconhec<strong>em</strong> que muitas são as <strong>de</strong>núncias dos<br />
riscos <strong>de</strong>ssa população estar na escola e não fazer parte <strong>de</strong>la e assim, continuar