Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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Ao longo das outras entrevistas, porém, esta crítica ao Projeto Super(ação) continuou<br />
a ser feita, mesmo entre professoras que, <strong>em</strong> outros momentos, se mostraram mais<br />
receptivas a ensinar<strong>em</strong> aos alunos <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência. Passamos, então, a achar<br />
pertinente nos <strong>de</strong>termos mais sobre esses dados para, talvez, melhor probl<strong>em</strong>atizálos.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que a avaliação que faz<strong>em</strong> as professoras do Projeto Super(ação) não<br />
seja uma forma para continuar se esquivando <strong>de</strong> receber alunos <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência<br />
intelectual, alegando <strong>de</strong>spreparo para essa tarefa, pensamos que esta queixa sobre<br />
<strong>de</strong>spreparo e a <strong>de</strong>manda por “formação específica” precisa ser acolhida, não só<br />
criticada, o que possibilita uma reflexão sobre seus sentidos.<br />
Um ponto que nos chamou a atenção foi a justificativa dada às professoras 8 sobre o<br />
conteúdo do curso versar sobre os níveis <strong>de</strong> escrita para alfabetização <strong>de</strong> qualquer<br />
criança e não sobre informações específicas sobre <strong>de</strong>ficiências. A nosso ver, afirmar<br />
que uma criança <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência intelectual vai se alfabetizar da mesma forma que<br />
as <strong>de</strong>mais, só que num t<strong>em</strong>po maior, é fazer uma generalização que não consi<strong>de</strong>ra a<br />
singularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada caso, pois, estão <strong>em</strong> jogo uma série <strong>de</strong> outros fatores:<br />
estimulação a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os primeiros anos <strong>de</strong> vida, apoio familiar, atendimento<br />
educacional especializado <strong>em</strong> paralelo à escola regular, entre outros. Assim,<br />
assinalamos que existe entre as professoras uma expectativa <strong>de</strong> que, qualquer aluno,<br />
mesmo aqueles que já estão na adolescência, e que não tiveram um atendimento<br />
a<strong>de</strong>quado até então, po<strong>de</strong> ser alfabetizado freqüentando a escola regular. Por outro<br />
lado, nenhuma professora mencionou que o ganho proporcionado pela inclusão <strong>em</strong><br />
termos <strong>de</strong> cidadania e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida tenha sido um aspecto valorizado nessa<br />
capacitação para a educação inclusiva, o que não significa, necessariamente, que não<br />
tenha sido tratado, e sim que esse conteúdo não foi privilegiado ao longo da<br />
formação <strong>em</strong> questão.<br />
Conforme pon<strong>de</strong>rou uma entrevistada, o preconceito v<strong>em</strong> do <strong>de</strong>sconhecimento. Nessa<br />
perspectiva, parece-nos que caberia constar informações sobre as <strong>de</strong>ficiências num<br />
8 Ou o entendimento que tiveram da explicação obtida dos responsáveis pela formação.