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Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...

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um cidadão <strong>com</strong>o qualquer outro, cabendo à socieda<strong>de</strong> se reorganizar <strong>de</strong> forma a<br />

garantir o acesso <strong>de</strong> todos (inclusive os que têm uma <strong>de</strong>ficiência) a tudo que ela<br />

possibilita, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> peculiarida<strong>de</strong>s individuais. Foi se forjando,<br />

paulatinamente, o conceito <strong>de</strong> inclusão <strong>com</strong>o uma nova forma <strong>de</strong> conceber o papel da<br />

socieda<strong>de</strong> frente à <strong>de</strong>ficiência.<br />

A proposta <strong>de</strong> integração cria uma expectativa <strong>de</strong> que a pessoa <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência possa<br />

vir a se ass<strong>em</strong>elhar ao não <strong>de</strong>ficiente, “… <strong>com</strong>o se fosse possível ao hom<strong>em</strong> ser<br />

igual, e <strong>com</strong>o o ser diferente fosse razão para <strong>de</strong>cretar sua menor valia enquanto ser<br />

humano e ser social…” (Aranha, 2001, p.17). Já a proposta inclusiva respeita os<br />

diferentes estilos <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e a singularida<strong>de</strong> dos aprendizes. Consi<strong>de</strong>ra que “… a<br />

homogeneida<strong>de</strong> é ilusória e que as crianças <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser <strong>de</strong>mandadas a partir do estágio<br />

<strong>em</strong> que se encontram, s<strong>em</strong> que se fun<strong>de</strong> o mito <strong>de</strong> que todos são iguais.” (Meira,<br />

2001, p.50). Ou seja, o que é almejado é a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s e não a<br />

igualda<strong>de</strong> que nega a <strong>diversida<strong>de</strong></strong>.<br />

Sassaki (1997) analisa esta questão da integração x inclusão, contrapondo o mo<strong>de</strong>lo<br />

médico ao mo<strong>de</strong>lo social da <strong>de</strong>ficiência. A integração estaria associada ao primeiro,<br />

no qual toda <strong>de</strong>ficiência é vista <strong>com</strong>o um probl<strong>em</strong>a do indivíduo, por isso a pessoa<br />

<strong>de</strong>ficiente é que precisa ser curada, tratada, reabilitada, habilitada, etc., a fim <strong>de</strong> ser<br />

a<strong>de</strong>quada à socieda<strong>de</strong>. Já na inclusão prepon<strong>de</strong>ra o mo<strong>de</strong>lo social da <strong>de</strong>ficiência, que<br />

concebe os probl<strong>em</strong>as dos <strong>de</strong>ficientes <strong>com</strong>o <strong>de</strong>terminados socialmente, uma vez que<br />

é a própria socieda<strong>de</strong> que cria probl<strong>em</strong>as para as pessoas portadoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência,<br />

causando-lhes <strong>de</strong>svantag<strong>em</strong> no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho dos papéis sociais.<br />

Após fazer uma ampla revisão da literatura, Voivodic (2004) <strong>de</strong>tectou que além<br />

<strong>de</strong>ssa visão, há autores que distingu<strong>em</strong> os dois termos, mas vê<strong>em</strong> a integração e a<br />

inclusão <strong>de</strong> uma forma mais abrangente e filosófica, enquanto que outros falam<br />

<strong>de</strong>sses conceitos s<strong>em</strong> fazer uma diferenciação. Encontrou ainda os que utilizam<br />

apenas o termo integração e vê<strong>em</strong> esse processo ainda <strong>de</strong> forma utópica, apontando<br />

dificulda<strong>de</strong> pra sua real efetivação <strong>em</strong> nosso atual sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> ensino. Por fim, há<br />

aqueles que advogam que a mudança terminológica da integração para inclusão só<br />

faz sentido se a proposta assumir realmente um novo significado.

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