Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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seguiram um incentivo para se <strong>de</strong>dicar mais ao estudo nessa área, levando-a a<br />
inscrever-se <strong>em</strong> um curso <strong>de</strong> especialização <strong>em</strong> educação especial.<br />
O Projeto Super(ação) é apresentado <strong>com</strong> um conteúdo “excelente”, mas dirigido, na<br />
verda<strong>de</strong>, às crianças “normais”, pois tratou dos níveis <strong>de</strong> escrita e <strong>de</strong> jogos<br />
pedagógicos que dinamizam a aula e facilitam o aprendizado.<br />
O curso Super(ação) foi excelente, mas é um curso que trabalha mais<br />
os níveis <strong>de</strong> escrita, jogos <strong>de</strong> forma geral, não entra no conhecimento<br />
específico mesmo [ sobre <strong>de</strong>ficiências].<br />
Eu participei, mas esse projeto não foi voltado para a inclusão, foi<br />
mais essa questão teórica <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que a gente podia trabalhar,<br />
mas eu não recebi <strong>com</strong>o uma coisa assim direta. Eu acho que a gente<br />
precisa ser mais prático ao trabalhar melhor crianças assim. Eu acho<br />
que os cursos da Prefeitura <strong>de</strong>viam ser mais práticos, às vezes fica<br />
muito ali, na teoria.<br />
Eu não consegui enxergar esse trabalho <strong>com</strong> a criança portadora <strong>de</strong><br />
Síndrome <strong>de</strong> Down porque o trabalho que estava sendo apresentado<br />
ali é o trabalho que a gente já faz normalmente <strong>com</strong> os meninos (…)<br />
Então, a gente que está na sala <strong>de</strong> aula sabe que não é a mesma<br />
coisa. Ou, se é a mesma coisa, a gente sabe também que o t<strong>em</strong>po é<br />
maior, então t<strong>em</strong> toda aquela revisão <strong>de</strong> ajustar o currículo…<br />
Uma das professoras foi mais explícita <strong>em</strong> relação ao assunto, relatando as<br />
frustrações das colegas do curso por não obter<strong>em</strong> informações mais específicas sobre<br />
as <strong>de</strong>ficiências. Comentou também as respostas que obtiveram das formadoras diante<br />
do questionamento que as professoras fizeram a esse respeito:<br />
O retorno que nos davam, era que as intervenções, todas as<br />
ativida<strong>de</strong>s, eram pra ser feitas <strong>com</strong> todas as crianças. Que seriam<br />
feitos praticamente da mesma forma, que eles apren<strong>de</strong>m da mesma<br />
forma <strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po maior.<br />
A princípio, pensamos que tal resistência <strong>de</strong> aplicar às crianças <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência, esse<br />
conhecimento pedagógico reconhecido <strong>com</strong>o sendo <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, se <strong>de</strong>via ao<br />
preconceito <strong>de</strong> algumas professoras <strong>em</strong> relação à capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong>sses<br />
alunos; ao negar<strong>em</strong> a possibilida<strong>de</strong> da utilização <strong>de</strong>sse conhecimento, estariam<br />
justificando o seu <strong>de</strong>spreparo, apesar <strong>de</strong> já ter<strong>em</strong> participado <strong>de</strong> uma formação para a<br />
educação inclusiva, <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a SMEC. Tal postura seria, então, uma forma <strong>de</strong><br />
evitar trabalhar <strong>com</strong> esses alunos.