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Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...

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cultura, <strong>com</strong> valores, expectativas e preconceitos <strong>com</strong>uns a este contexto. Ele está<br />

sujeito à influência dos significados <strong>com</strong>partilhados e atribuídos à <strong>de</strong>ficiência, que,<br />

<strong>com</strong>o já foi assinalado, são altamente <strong>de</strong>preciativos.<br />

Entretanto, o professor não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> incluir a sua subjetivida<strong>de</strong> na relação <strong>com</strong><br />

seus alunos, especialmente no caso <strong>de</strong>ssa população, <strong>em</strong> que está <strong>em</strong> jogo seu grau<br />

<strong>de</strong> aceitação e tolerância <strong>em</strong> relação à <strong>de</strong>ficiência. É por essa via – para introduzir<br />

aspectos subjetivos presentes na relação professor-aluno – que julgamos pertinente<br />

buscar subsídios na teoria psicanalítica, que pressupõe que o <strong>com</strong>portamento humano<br />

sofre uma influência significativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos e idéias inconscientes, trazendo gran<strong>de</strong>s<br />

conseqüências para a interação entre as pessoas. Trata-se <strong>de</strong> um aspecto importante a<br />

ser consi<strong>de</strong>rado na educação, uma vez que sua ação está sustentada na interação entre<br />

professores e alunos e entre os pares educativos entre si.<br />

A aproximação <strong>com</strong> a psicanálise já t<strong>em</strong> sua presença marcada na área da psicologia<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento. Pesquisadores que investigam as interações pais-bebê/criança,<br />

ao analisar<strong>em</strong> o t<strong>em</strong>a sob diferentes abordagens teóricas, admit<strong>em</strong> que a psicanálise<br />

trouxe contribuições ao consi<strong>de</strong>rar que o estudo das interações envolve não só as<br />

características manifestas das pessoas, mas também “… el<strong>em</strong>entos representacionais,<br />

imaginários e fantasmáticos diversos…”(Piccinini et al, 2001, p.483).<br />

Também na área da psicologia escolar, a psicanálise t<strong>em</strong> sido chamada para um<br />

diálogo que nos parece muito profícuo. Almeida (2002, p.78), ao propor uma<br />

resignificação da atuação dos psicólogos nas escolas, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a apropriação <strong>de</strong><br />

referenciais teóricos que lev<strong>em</strong> <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração os “… processos interativos,<br />

conscientes e inconscientes, constitutivos dos sujeitos <strong>em</strong> processo <strong>de</strong> ensino, <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>, <strong>em</strong> uma perspectiva psicodinâmica e sóciohistórica,<br />

cujo foco não é o indivíduo, mas os sujeitos <strong>em</strong> relação (grifo da autora).<br />

Encontramos aqui, portanto, uma proposta s<strong>em</strong>elhante à nossa, on<strong>de</strong> a teoria<br />

histórico-cultural e a psicanálise são convocadas enquanto teorias psicológicas que<br />

cont<strong>em</strong>plam o hom<strong>em</strong> <strong>em</strong> suas múltiplas <strong>de</strong>terminações e relações histórico-sociais.<br />

Em relação à psicanálise, a autora esclarece que t<strong>em</strong> subsidiado as discussões

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