Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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da inclusão da criança <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência intelectual <strong>com</strong>o um caminho para se<br />
<strong>com</strong>bater essa visão estreita a respeito da educação, que equivale escola a<br />
<strong>de</strong>senvolvimento cognitivo. Assim, a proposta da educação inclusiva contribui para<br />
que a escola se afirme não só <strong>com</strong>o o espaço para a necessária e imprescindível<br />
construção do conhecimento, mas também para o exercício da socialização e<br />
cidadania <strong>de</strong> seus alunos.<br />
Mas esta questão da valorização das aquisições cognitivas <strong>com</strong>o meta principal da<br />
escola po<strong>de</strong> nos levar ainda a tecer outras consi<strong>de</strong>rações, <strong>de</strong>sta vez sobre um t<strong>em</strong>a<br />
b<strong>em</strong> próximo da Psicologia, que é a questão do diagnóstico.<br />
Uma <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>ssa visão limitada <strong>de</strong> educação é a crença, ainda muito forte nas<br />
escolas, <strong>de</strong> que o “não apren<strong>de</strong>r” do aluno se <strong>de</strong>ve a probl<strong>em</strong>as individuais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />
ou <strong>em</strong>ocionais, e que, portanto, só os profissionais da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m resolvêlos.<br />
Como b<strong>em</strong> pon<strong>de</strong>ra Aquino (1998), chega a ser paradoxal o fato dos<br />
profissionais da área educacional explicar<strong>em</strong> o sucesso escolar <strong>com</strong>o produto <strong>de</strong> ação<br />
pedagógica e o fracasso <strong>com</strong>o produto <strong>de</strong> outras instâncias que não a escola e a sala<br />
<strong>de</strong> aula.<br />
Vale salientar que essa preocupação <strong>com</strong> o diagnóstico e a atuação, <strong>com</strong>umente<br />
centrada no aluno, revela a tendência, ainda presente <strong>em</strong> certos campos da<br />
psicologia, <strong>de</strong> conceber os probl<strong>em</strong>as apresentados pelo aprendiz <strong>com</strong>o probl<strong>em</strong>as<br />
individuais e não <strong>com</strong>o relativos ao processo <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong>.<br />
Se esse apelo ao diagnóstico já acontece <strong>com</strong> as ditas “dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
aprendizag<strong>em</strong>” tão <strong>com</strong>uns na sala <strong>de</strong> aula, imagina-se o que ocorre nos casos <strong>de</strong><br />
alunos <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência intelectual, on<strong>de</strong> não há dúvidas sobre a existência <strong>de</strong> um<br />
déficit cognitivo <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> orgânica. Este t<strong>em</strong>a não fazia originalmente parte <strong>de</strong><br />
nosso roteiro <strong>de</strong> entrevista, mas se impôs no tratamento e análise <strong>de</strong> dados, <strong>de</strong>vido à<br />
importância que lhe foi dada pelas entrevistadas.<br />
Em geral, elas tratam o diagnóstico <strong>com</strong>o um instrumento que as tranqüilize a<br />
respeito do não avanço cognitivo dos alunos <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência. Esse parecer técnico é<br />
utilizado para esclarecer o professor até on<strong>de</strong> a criança po<strong>de</strong> ir, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong>