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Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...

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105<br />

Mas aí, retomando seu discurso apaixonado pela educação, pon<strong>de</strong>ra:<br />

Deve ser <strong>de</strong>ssa forma mesmo… Não sei… Pra que a gente vá<br />

caminhando <strong>de</strong>vagar e acontecendo, trazendo conflitos, porque é <strong>com</strong><br />

o conflito que a gente cresce, não é? Talvez seja…<br />

Acreditamos que admitir as dificulda<strong>de</strong>s e ambivalências disfarçadas por trás do<br />

discurso politicamente correto é um passo fundamental para viabilizar uma inclusão<br />

possível, consi<strong>de</strong>rando os impasses <strong>de</strong> nossa realida<strong>de</strong> educacional, mas s<strong>em</strong> se<br />

imobilizar diante <strong>de</strong>la.<br />

4.4. Sentimentos <strong>de</strong>spertados pela convivência <strong>com</strong> a <strong>de</strong>ficiência<br />

Como já salientamos, ao longo <strong>de</strong>sse trabalho, mantiv<strong>em</strong>os <strong>com</strong>o um dos focos <strong>de</strong><br />

interesse, a questão: <strong>de</strong> que or<strong>de</strong>m é o aparato necessário para o professor interagir<br />

<strong>com</strong> o aluno <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência? É evi<strong>de</strong>nte que exist<strong>em</strong> conhecimentos formais<br />

necessários, para intervir <strong>em</strong> questões específicas que traz<strong>em</strong> limites ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e à aprendizag<strong>em</strong>, porém existe uma questão anterior a essa e que<br />

fala do <strong>de</strong>sejo do professor.<br />

Você sabe que t<strong>em</strong> professor que não gosta <strong>de</strong> ser professor, né? Que<br />

não quer ser, que não se envolve. Que está lá e reclama todo dia e vai<br />

lá só pra cumprir o horário. Eu acho que esse professor, <strong>com</strong>o ele<br />

não se envolve n<strong>em</strong> <strong>com</strong> os alunos normais, imagine <strong>com</strong> aqueles que<br />

exig<strong>em</strong> mais cuidado, mais atenção.<br />

Incentivamos as professoras a falar<strong>em</strong> dos sentimentos vivenciados na convivência<br />

<strong>com</strong> a criança <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência e as reflexões pessoais que esta experiência lhes<br />

suscitou. Ao longo da entrevista procuramos <strong>de</strong>ixá-las à vonta<strong>de</strong> para que se<br />

expressass<strong>em</strong> <strong>de</strong> forma mais pessoal, que se afastasse do lugar <strong>com</strong>um, do “discurso<br />

oficial” sobre a inclusão. Acreditamos que o fato das participantes saber<strong>em</strong> que a<br />

pesquisadora era uma psicóloga <strong>com</strong> experiência clínica, facilitou o surgimento <strong>de</strong><br />

falas mais intimistas, <strong>de</strong> “insights” e revelações <strong>de</strong> caráter pessoal.

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