Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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residir o gran<strong>de</strong> efeito benéfico da educação inclusiva: colocar <strong>em</strong> prática princípios<br />
educativos tão alar<strong>de</strong>ados e repetidos à exaustão, buscando trazê-los para o cotidiano<br />
<strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />
Aranha, psicóloga que elaborou para o MEC um material para a formação <strong>de</strong><br />
professores para a educação inclusiva (Brasil, 2002) <strong>com</strong>enta que, freqüent<strong>em</strong>ente,<br />
os professores questionam <strong>com</strong>o falar <strong>de</strong> exercício <strong>de</strong> cidadania para a criança <strong>com</strong><br />
<strong>de</strong>ficiência intelectual. A autora, então, <strong>de</strong>volve para o professor refletir, se não seria<br />
produção <strong>de</strong> cidadania:<br />
• favorecer para que a criança possa lo<strong>com</strong>over-se <strong>com</strong> o maior grau <strong>de</strong><br />
autonomia possível <strong>em</strong> sua <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>?<br />
• i<strong>de</strong>ntificar e oferecer suporte <strong>de</strong> que a criança necessita para freqüentar,<br />
<strong>em</strong> segurança, os espaços <strong>com</strong>uns que constitu<strong>em</strong> a <strong>com</strong>unida<strong>de</strong> <strong>em</strong> que<br />
vive?<br />
• assegurar-lhe conhecimento para utilização do dinheiro, ou para a busca<br />
<strong>de</strong> ajuda <strong>de</strong> que necessita para não ser enganado? (vol.6, p.20)<br />
A proposta da educação inclusiva é um caminho, portanto, para <strong>de</strong>sfazer alguns<br />
equívocos promovidos pelas práticas do dia-a-dia escolar, o que é b<strong>em</strong> <strong>de</strong>scrito por<br />
Machado (1998, p.79):<br />
Primeiro, produzimos algumas crianças que passam a se sentir menos,<br />
<strong>de</strong>svalorizadas (as crianças especiais, as crianças-probl<strong>em</strong>a), e outras crianças<br />
que sent<strong>em</strong> que os probl<strong>em</strong>as daquelas que não apren<strong>de</strong>m são individuais e<br />
não lhes diz<strong>em</strong> respeito (as crianças normais). Depois, inventamos práticas<br />
visando resgatar a auto-estima que não pô<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvida nas primeiras e<br />
produzir atitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> e respeito nas segundas, <strong>com</strong>o se os<br />
sentimentos <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> e discriminação não estivess<strong>em</strong> sendo<br />
produzidos por nossas práticas.<br />
Essa estreita relação entre educação e avanço cognitivo, <strong>em</strong> <strong>de</strong>trimento dos aspectos<br />
relacionados <strong>com</strong> a autonomia e socialização, direcionou nossa discussão a respeito