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Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...

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86<br />

E eu faço um trabalho pra ela associando as coisas que ela gosta.<br />

Então, b s<strong>em</strong>pre é <strong>de</strong> B [o nome da professora]. Que foi um dos<br />

nomes que ela primeiro <strong>com</strong>eçou a escrever <strong>de</strong>pois do nome <strong>de</strong>la, o<br />

nome da mãe <strong>de</strong>la e o meu e aí eu me sinto muito importante por isso.<br />

Então, a gente vai associando assim. Com música, essas coisas que<br />

eu tento fazer <strong>com</strong> L. porque é o que ela gosta.<br />

Ao dar o ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> um aluno que exige um tratamento diferenciado, ainda que não<br />

seja uma criança caracterizada <strong>com</strong>o portadora <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>ficiência, uma professora<br />

<strong>com</strong>enta:<br />

D. t<strong>em</strong> uma questão assim, se ele não sentir <strong>em</strong> você… atenção, que<br />

você recebe ele, que você aceita ele, você po<strong>de</strong> ser a professora mais<br />

capaz, mais maravilhosa, mais <strong>com</strong>pleta, mais tudo do mundo, você<br />

não vai conseguir <strong>com</strong> ele nada. Porque o viés <strong>de</strong> D. é o viés da<br />

aceitação, é o viés da amiza<strong>de</strong>, sabe, é o viés <strong>de</strong>le se sentir seguro, <strong>de</strong><br />

você gostar <strong>de</strong>le… Enten<strong>de</strong>? Então, não po<strong>de</strong> ser uma professora que<br />

não acredite neste vínculo…<br />

Estes <strong>de</strong>poimentos ressaltam que não são apenas <strong>com</strong>petências teóricas que<br />

caracterizam o professor preparado para acolher a <strong>diversida<strong>de</strong></strong> dos alunos. São<br />

igualmente imprescindíveis <strong>com</strong>petências afetivas e também éticas que revel<strong>em</strong><br />

respeito ao outro. Ressaltar a importância do vínculo professor-aluno significa,<br />

portanto, realçar o lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque do professor <strong>com</strong>o gran<strong>de</strong> mediador da relação<br />

da criança <strong>com</strong> o conhecimento, mas também <strong>com</strong>o responsável pela sua formação<br />

num sentido mais geral. Assim, há o reconhecimento <strong>de</strong> que, numa sala <strong>de</strong> aula,<br />

todos são diferentes, o que vai colocar <strong>de</strong>mandas ao professor:<br />

Este professor também t<strong>em</strong> que ser especial porque na minha sala t<strong>em</strong><br />

muita especialida<strong>de</strong> e muita especificida<strong>de</strong>, não po<strong>de</strong> ser qualquer<br />

professor.<br />

Especial x específico. Dessa forma ela aponta que crianças <strong>com</strong> necessida<strong>de</strong>s<br />

especiais não são apenas aquelas <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência, pois, <strong>em</strong> toda sala <strong>de</strong> aula, exist<strong>em</strong><br />

especificida<strong>de</strong>s. Este termo nos r<strong>em</strong>ete à singularida<strong>de</strong> do aluno, noção tão essencial<br />

numa perspectiva <strong>de</strong> educação inclusiva, mas esta fala também se dirige ao<br />

professor, pois sinaliza que não é qualquer um que está apto a se tornar um professor<br />

inclusivo.

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