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Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...

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Duschatzky e Skliar (2001) probl<strong>em</strong>atizam essa noção <strong>de</strong> tolerância, ao afirmar<strong>em</strong><br />

que se trata <strong>de</strong> uma necessida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> partida para a vida social, mas que a<br />

tolerância <strong>em</strong> educação também po<strong>de</strong> significar “… indiferença frente ao estranho e<br />

excessiva <strong>com</strong>odida<strong>de</strong> frente ao familiar. A tolerância promove os euf<strong>em</strong>ismos,<br />

<strong>com</strong>o, por ex<strong>em</strong>plo, chamar localismos, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s particulares, às <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s<br />

materiais e institucionais que polarizam as escolas dos diferentes enclaves do<br />

país”(p. 137). Por isso, esses autores se propõ<strong>em</strong> a “... colocar <strong>em</strong> suspenso retóricas<br />

sobre a <strong>diversida<strong>de</strong></strong> e sugerir que se trata, <strong>em</strong> certas ocasiões, <strong>de</strong> palavras suaves, <strong>de</strong><br />

euf<strong>em</strong>ismos que tranqüilizam nossas consciências ou produz<strong>em</strong> a ilusão <strong>de</strong> que<br />

assistimos a profundas transformações sociais e culturais simplesmente porque elas<br />

se resguardam <strong>em</strong> palavras <strong>de</strong> moda” (op.cit, p.120).<br />

Então, é importante frisar que inclusão não significa homogeneizar, ou, dito <strong>de</strong> outra<br />

maneira, a igualda<strong>de</strong> que se busca é o direito à diferença. L<strong>em</strong>brando o l<strong>em</strong>a da<br />

campanha <strong>de</strong> direitos humanos do CFP – por uma escola mundo on<strong>de</strong> caibam todos<br />

os mundos – trata-se <strong>de</strong> uma educação que acolha todos os mundos s<strong>em</strong> que isso<br />

signifique reduzi-los a um só mundo. A construção <strong>de</strong> escolas mais acolhedoras às<br />

diferenças passa, indubitavelmente, pela crença <strong>de</strong> que a <strong>diversida<strong>de</strong></strong> faz parte da<br />

constituição humana e que é benéfica para todos, pois é nela que cresc<strong>em</strong>os, nos<br />

afirmamos e nos constituímos <strong>com</strong>o sujeitos.<br />

Concluindo a discussão dos dados reunidos nessa categoria que quis sinalizar a<br />

<strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> da impl<strong>em</strong>entação da educação inclusiva, traz<strong>em</strong>os a fala <strong>de</strong> uma<br />

professora que se mostrou bastante <strong>com</strong>prometida <strong>com</strong> seu papel <strong>de</strong> educadora, no<br />

sentido mais largo do termo. Após falar <strong>com</strong> paixão <strong>de</strong> sua profissão, dos projetos<br />

que já colocou <strong>em</strong> prática visando a inclusão e <strong>de</strong> sua história <strong>de</strong> luta pelos<br />

“meninos”, ela <strong>com</strong>entou:<br />

Ah, eu vou… Agora eu vou apresentar uma coisa que você vai dizer:<br />

“Ah, eu não acredito!” Ainda não há inclusão. Infelizmente. A<br />

inclusão ainda é um sonho. Porque o fato <strong>de</strong>la ta lá na lei, o fato das<br />

crianças estar<strong>em</strong> indo para as escolas, os pais, aqueles que tinham<br />

seus filhos guardadinhos, agora que a gente está vendo o quanto eles<br />

estão saindo. [Mas] o fato <strong>de</strong> abrir a escola pra eles entrar<strong>em</strong>, não<br />

significa que você tá incluindo, incluído vai ser realmente no dia <strong>em</strong><br />

que a gente possa olhá-los <strong>com</strong>o olha pra qualquer outro…

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