Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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causou surpresa diante da queixa do <strong>de</strong>spreparo, ainda mais por se tratar <strong>de</strong> uma<br />
escola <strong>com</strong> espaço garantido para a formação do professor.<br />
Retomando nossa proposta <strong>de</strong> apontar possíveis interferências <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m subjetiva <strong>em</strong><br />
jogo na relação do professor <strong>com</strong> a criança <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência, pensamos que não t<strong>em</strong><br />
sido <strong>de</strong>vidamente reconhecido e valorizado o que já abordamos a respeito das<br />
possíveis conseqüências psíquicas que a convivência <strong>com</strong> a <strong>de</strong>ficiência po<strong>de</strong> trazer<br />
para qualquer pessoa, e para o professor, <strong>em</strong> particular, provocando uma resistência<br />
que precisa ser <strong>com</strong>preendida para que possa ser superada. Portanto, não adianta<br />
repetir à exaustão que o conhecimento sobre o processo <strong>de</strong> alfabetização é aplicado a<br />
essas crianças da mesma forma que as <strong>de</strong>mais, se as professoras não têm condições<br />
<strong>de</strong> ouvir, já que ainda estão processando toda essa mudança <strong>de</strong> concepção sobre a<br />
<strong>de</strong>ficiência e o lugar da educação no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssas crianças, lidando <strong>com</strong><br />
sentimentos extr<strong>em</strong>amente ambivalentes e, na maioria dos casos, s<strong>em</strong> o apoio<br />
institucional necessário.<br />
Concordamos, portanto, <strong>com</strong> Voltolini (2005, p.151) que também analisa a proposta<br />
da inclusão numa perspectiva psicanalítica, quando ele afirma que<br />
… os professores, impedidos <strong>de</strong> contar suas fantasias a respeito, sob a pena<br />
<strong>de</strong> ferir o código do politicamente correto (qu<strong>em</strong> po<strong>de</strong> manifestar-se contra a<br />
inclusão?) ficam <strong>com</strong>pelidos a expressar seu <strong>de</strong>sconforto, sua má posição<br />
pela queixa que quase s<strong>em</strong>pre toma a forma ecolálica do não t<strong>em</strong>os recurso,<br />
não t<strong>em</strong>os especialização. E ainda que venham os tais recursos e a tal<br />
especialização, <strong>em</strong>bora inegavelmente cruciais para o processo <strong>de</strong> inclusão,<br />
provavelmente não cessarão a queixa já que ela v<strong>em</strong> no lugar <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong><br />
recalcada.(grifo do autor)<br />
O autor cita ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> sua experiência <strong>de</strong> escuta <strong>de</strong> professores que <strong>de</strong>monstram a<br />
insistência do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> que, <strong>de</strong> alguma forma, fosse possível não se ocupar <strong>com</strong><br />
essas crianças. Retoma o texto freudiano para argumentar que “… constatar as<br />
limitações, reconhecer os maus sentimentos, admitir a precarieda<strong>de</strong> dos nossos<br />
recursos diante <strong>de</strong> algumas situações, quando elas realmente exist<strong>em</strong>, é mesmo uma