Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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Para construir um sist<strong>em</strong>a educacional inclusivo, é fundamental que todos os que<br />
dirig<strong>em</strong> e atuam no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> ensino, b<strong>em</strong> <strong>com</strong>o os pais e a <strong>com</strong>unida<strong>de</strong> na qual se<br />
encontra cada unida<strong>de</strong> escolar, sejam sensibilizados e preparados para essas<br />
mudanças, a fim <strong>de</strong> que os <strong>com</strong>portamentos <strong>de</strong> rejeição e <strong>de</strong> superproteção à<br />
diferença sejam <strong>de</strong>svelados, discutidos, <strong>com</strong>preendidos e modificados, inclusive<br />
<strong>com</strong>o parte <strong>de</strong> ação educativa <strong>de</strong> escola, que é formar cidadãos ativos, conscientes,<br />
críticos e responsáveis (Brasil, 2000). S<strong>em</strong> essa elaboração, facilmente po<strong>de</strong><br />
acontecer que uma escola receba crianças <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>terminação<br />
legal, e até mesmo elabore um projeto pedagógico condizente <strong>com</strong> a proposta<br />
inclusiva, mas mantenha as expectativas negativas <strong>em</strong> relação a esses alunos, o que<br />
certamente se refletirá nas ações <strong>de</strong>senvolvidas pelos professores e<br />
conseqüent<strong>em</strong>ente afetando o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong>ssas crianças. Cool, Palacios e Miras<br />
(1995) alertam que as expectativas dos professores sobre o rendimento dos seus<br />
alunos po<strong>de</strong>m chegar a afetar significativamente o rendimento efetivo <strong>de</strong>stes últimos.<br />
Ou seja, se o professor atribuir as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> somente aos alunos,<br />
e não ao processo <strong>de</strong> ensino, menores serão suas chances <strong>de</strong> modificar as condições<br />
<strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>, e, conseqüent<strong>em</strong>ente, seus alunos continuarão fracassando.<br />
Mitler (2003), ao analisar a realida<strong>de</strong> da educação inclusiva na Inglaterra, afirma que<br />
os professores têm o direito <strong>de</strong><strong>de</strong> resistir<strong>em</strong> as mudanças e solicitar<strong>em</strong> apoio, pois<br />
falta a eles confiança <strong>em</strong> sua <strong>com</strong>petência. Este autor atribui esta situação à falta <strong>de</strong><br />
treinamento, ao mito sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> especialização para lidar <strong>com</strong> os<br />
<strong>de</strong>ficientes e a prática da educação especial, gerando poucas oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
convivência <strong>com</strong> crianças <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência.<br />
Já Forest e Pearpoint (1997), educadores cana<strong>de</strong>nses <strong>de</strong>fensores da inclusão, reflet<strong>em</strong><br />
sobre outras implicações <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>ssa proposta. Assinalam que se trata <strong>de</strong> uma<br />
concepção pedagógica que está intimamente ligada a <strong>com</strong>o lidamos <strong>com</strong> a diferença,<br />
<strong>com</strong> nossa moralida<strong>de</strong>. Ressaltam que a inclusão po<strong>de</strong> ser um processo<br />
profundamente perturbador, pois <strong>de</strong>safia nossas ações, raramente refletidas, do que<br />
significa “normal” e “<strong>com</strong>um” e po<strong>de</strong> suscitar questões muito pessoais:<br />
Como eu me sentiria se fosse incapaz <strong>de</strong> andar, falar ou <strong>de</strong> me mover? Como<br />
eu me sentiria se tivesse uma criança que fosse rotulada?Como me sentiria se