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Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...

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uma cida<strong>de</strong> próxima a Salvador, relatou a reação dos professores diante da proposta<br />

da inclusão; na sua opinião o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinformação é muito gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixando claro<br />

a importância <strong>de</strong> uma formação especificamente voltada para a inclusão.<br />

Quando nós fomos trabalhar lá <strong>em</strong> L. essa questão das leis, um<br />

professor gritou logo: ‘O que eu vou fazer <strong>com</strong> esses meninos? Como<br />

é que eu vou receber um menino maluco na minha sala? Débil? Eu<br />

vou fazer o que?’ A fala foi exatamente essa. ‘A Prefeitura vai dar<br />

formação à gente? Vai pagar algum curso que ensine a gente a lidar<br />

<strong>com</strong> eles?’<br />

Ao longo da análise, fomos reunindo mais subsídios para tratar <strong>de</strong>ssa questão tão<br />

relevante. Ainda que não formul<strong>em</strong> uma proposta mais objetiva, dois gran<strong>de</strong>s t<strong>em</strong>as<br />

caracterizam a opinião das professoras sobre a formação para a educação inclusiva,<br />

que po<strong>de</strong>m até parecer, à primeira vista, contraditórios, mas que foram tratados<br />

<strong>com</strong>umente <strong>com</strong>o <strong>com</strong>pl<strong>em</strong>entares: tanto elas <strong>de</strong>mandam uma “formação<br />

específica”, isto é, informações gerais sobre as <strong>de</strong>ficiências, quanto salientam a<br />

importância <strong>de</strong> uma formação que <strong>de</strong>senvolva uma “visão da inclusão”, ou seja, a<br />

aceitação das diferenças, o respeito à singularida<strong>de</strong>.<br />

Comec<strong>em</strong>os pelo que elas consi<strong>de</strong>ram <strong>com</strong>o sendo “formação específica”. Trata-se<br />

do lado teórico do que são os transtornos. Uma professora que esteve fazendo uma<br />

pós-graduação <strong>em</strong> educação especial <strong>de</strong>finiu assim o que pensa a respeito:<br />

E esse conhecimento miudinho que eu falo, é conhecer mesmo<br />

<strong>de</strong>ficiência, saber o que é, o que causa, saber <strong>com</strong>o intervir <strong>de</strong> forma<br />

que realmente vá ajudar a essa criança a se lançar, quais são as<br />

dificulda<strong>de</strong>s da criança que t<strong>em</strong> tal <strong>de</strong>ficiência, quais são as<br />

adaptações que esse professor po<strong>de</strong> fazer na sala <strong>de</strong> aula, no seu<br />

plano, na sua rotina pra realmente favorecer a aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong>ssa<br />

criança, então esse conhecimento miudinho é muito voltado pra isso.<br />

Essa <strong>de</strong>manda tão recorrente por uma “formação específica” parece ter algo <strong>em</strong><br />

<strong>com</strong>um <strong>com</strong> a <strong>de</strong>manda por um diagnóstico, pois ambas se <strong>com</strong>pl<strong>em</strong>entam e po<strong>de</strong>m<br />

ser utilizadas <strong>de</strong> uma forma totalmente diversa dos motivos alegados pelas<br />

professoras, isto é, <strong>com</strong>o auxílio para a inclusão. Como já discutimos, o diagnóstico<br />

po<strong>de</strong> facilitar a rotulação da criança, e assim ser uma justificativa para não investir<br />

nelas; da mesma forma, este conhecimento sobre as características das <strong>de</strong>ficiências<br />

po<strong>de</strong> provocar uma visão generalista que <strong>de</strong>sconheça as singularida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada caso,

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