Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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… além <strong>de</strong>ssa <strong>com</strong>petência teórica, ele t<strong>em</strong> que ter uma outra<br />
<strong>com</strong>petência que passa, eu acho, pela <strong>com</strong>petência <strong>em</strong>ocional, pela<br />
<strong>com</strong>petência assim… <strong>de</strong> formação, <strong>de</strong> valores, <strong>de</strong>ssa coisa assim b<strong>em</strong><br />
<strong>de</strong> moral, <strong>de</strong> ética, sabe? É porque <strong>de</strong>ssa maneira, você vai<br />
oportunizar o outro. Porque se você crê nessas coisas, você vai<br />
possibilitar que o outro mostre essa parte <strong>de</strong>le.<br />
… não adianta você ter essa pretensão técnica se você não t<strong>em</strong> boa<br />
vonta<strong>de</strong>, se você não t<strong>em</strong> interesse, se você não t<strong>em</strong> solidarieda<strong>de</strong>, se<br />
você não t<strong>em</strong> outras coisas que vêm junto da <strong>com</strong>petência técnica,<br />
enten<strong>de</strong>u?<br />
Outra traz uma dimensão não menos importante na formação do professor, que é a<br />
política:<br />
Aí v<strong>em</strong> as questões sociais. (…) é <strong>com</strong>o se você tivesse <strong>com</strong> uma<br />
ban<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo-a o t<strong>em</strong>po todo <strong>em</strong> prol <strong>de</strong>sses meninos (…) [é<br />
importante] ter o conhecimento básico do mundo, não só da<br />
pedagogia.<br />
As professoras que <strong>de</strong>monstraram preocupação <strong>com</strong> essa formação mais ampla, têm<br />
a percepção <strong>de</strong> que este processo envolve “autoconhecimento”, pois, lidar <strong>com</strong><br />
alunos <strong>com</strong> histórias <strong>de</strong> vida tão sofridas, sejam os meninos <strong>de</strong> rua ou as crianças<br />
<strong>com</strong> transtornos no <strong>de</strong>senvolvimento, po<strong>de</strong> mobilizá-las <strong>em</strong>ocionalmente, <strong>de</strong> acordo<br />
<strong>com</strong> o que já discutimos anteriormente.<br />
Então, eu acho que essas questões estão nas limitações mesmo, e o<br />
trabalhar <strong>com</strong> o <strong>de</strong>ficiente é trabalhar <strong>com</strong> uma outra limitação<br />
nossa (…) e que essa limitação vai pelo autoconhecimento (…)<br />
porque quando você for mexer, você vai ver que é por causa dos seus<br />
preconceitos, por causa das suas limitações…<br />
E ai o bom professor é justamente isso, estar atento às necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>les, ao mesmo t<strong>em</strong>po às suas porque pra você tratar das questões<br />
dos meninos, você t<strong>em</strong> que ter muito b<strong>em</strong> tratadas as suas.<br />
Na verda<strong>de</strong>, eu acredito que o professor precisa ser terapeutizado,<br />
porque se envolve <strong>com</strong> as questões dos alunos, t<strong>em</strong> seus probl<strong>em</strong>as e<br />
talvez seja por isso que não segure e não consiga enxergar algumas<br />
coisas que são tão claras para uns e que não são para outros…<br />
Uma <strong>com</strong>preensão possível para esses trechos da narrativa <strong>de</strong>las é que o acesso ao<br />
conhecimento pedagógico, ainda que seja uma condição necessária, parece não ser<br />
suficiente para garantir uma prática inclusiva, já que as professoras pareciam