Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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institucionalização ao ensino especial. Mas foi somente no século XIX que se<br />
observou uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> pública frente às necessida<strong>de</strong>s da pessoa<br />
<strong>de</strong>ficiente. Inicia-se a era da institucionalização: conventos e asilos, seguidos <strong>de</strong><br />
hospitais psiquiátricos, constituíram-se <strong>com</strong>o locais <strong>de</strong> confinamento. As pessoas<br />
<strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência eram retiradas <strong>de</strong> suas <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> e mantidas <strong>em</strong><br />
instituições, residências segregadas ou escolas especiais, freqüent<strong>em</strong>ente situadas <strong>em</strong><br />
localida<strong>de</strong>s distantes <strong>de</strong> suas famílias.<br />
Finalmente, a partir da segunda meta<strong>de</strong> do século XX, ocorreram dois fatores que<br />
contribuíram para incentivar a luta contra segregação do <strong>de</strong>ficiente. O primeiro foi o<br />
próprio <strong>de</strong>senvolvimento da educação especial e áreas afins, que tornou disponíveis<br />
para os <strong>de</strong>ficientes os meios <strong>de</strong> superar, pelo menos <strong>em</strong> parte, suas <strong>de</strong>svantagens<br />
naturais. Conseqüent<strong>em</strong>ente, <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> haver justificativas “clínico-científicas” para<br />
a sua segregação social. O outro fator foi o crescimento dos movimentos dos direitos<br />
humanos, quando as diversas minorias e grupos marginalizados <strong>com</strong>eçaram a lutar<br />
para conquistar seu espaço na socieda<strong>de</strong> (Glat, Magalhães e Carneiro, 1998).<br />
Neste aspecto, <strong>de</strong>stacam-se os movimentos da luta anti-mani<strong>com</strong>ial e da antipsiquiatria,<br />
que criticavam o isolamento dos doentes mentais <strong>em</strong> hospitais<br />
psiquiátricos e manicômios, ressaltando a importância <strong>de</strong> situações saudáveis para o<br />
bom andamento dos tratamentos dos doentes mentais. Defendiam que a eles fosse<br />
dado o direito <strong>de</strong> participar <strong>de</strong> uma forma mais ampla e digna dos contextos sociais<br />
<strong>com</strong>uns (Mrech, 1997). Aranha (2001) ressalta que, além <strong>de</strong>stes movimentos <strong>em</strong> prol<br />
dos direitos humanos e da crítica acadêmica, o questionamento à institucionalização<br />
teve também forte motivação econômica, pois <strong>de</strong> acordo <strong>com</strong> a lógica capitalista,<br />
interessava aumentar a produção tornando ativa toda e qualquer mão <strong>de</strong> obra<br />
possível.<br />
O movimento pela <strong>de</strong>sinstitucionalização foi baseado no conceito <strong>de</strong> normatização,<br />
que estabelece que as pessoas <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência tinham o direito <strong>de</strong> usufruir <strong>de</strong><br />
condições <strong>de</strong> vida as mais normais possíveis, participando das ativida<strong>de</strong>s sociais,<br />
recreativas e educacionais freqüentadas pelas <strong>de</strong>mais pessoas <strong>de</strong> sua ida<strong>de</strong><br />
cronológica <strong>em</strong> sua <strong>com</strong>unida<strong>de</strong>. Surge o conceito <strong>de</strong> integração <strong>com</strong>o novo mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong> atenção à <strong>de</strong>ficiência, cuja manifestação educacional efetivou-se, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início,