Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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São enfáticas ao indicar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma formação específica. Entretanto, ao<br />
falar<strong>em</strong> da aceitação das diferenças/<strong>de</strong>ficiências <strong>com</strong>o resultado <strong>de</strong> um trabalho <strong>de</strong><br />
formação, pensamos que também estão indicando a dimensão subjetiva envolvida<br />
nesse processo, que passa a ser entendido <strong>com</strong>o uma elaboração ativa, <strong>de</strong> algo que<br />
chega para o sujeito mediante uma reflexão crítica. É, portanto, uma postura<br />
totalmente diferente da submissão, que <strong>de</strong>monstra, ao contrário, uma posição<br />
passiva, imobilizante, <strong>de</strong> ter que conviver <strong>com</strong> uma imposição legal.<br />
Po<strong>de</strong>mos perceber que os resultados evi<strong>de</strong>nciam toda a <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> envolvida <strong>em</strong><br />
um processo <strong>de</strong> mudanças <strong>de</strong> concepções, confirmando o que a literatura consultada<br />
apontou sobre a importância da formação do professor <strong>com</strong>o um investimento<br />
imprescindível para que se possa efetivamente colocar <strong>em</strong> marcha um projeto<br />
inclusivo.<br />
Argumentamos que a <strong>de</strong>manda das professoras por informações sobre a <strong>de</strong>ficiência<br />
<strong>de</strong>ve ser um aspecto a ser consi<strong>de</strong>rado, a fim <strong>de</strong> torná-la uma realida<strong>de</strong> a ser<br />
vivenciada <strong>de</strong> uma forma mais tranqüila, menos “estranha”, no sentido dado por<br />
Freud, <strong>de</strong> algo que é assustadoramente familiar, pois faz parte do humano, mas que<br />
ten<strong>de</strong>mos a negar pelo sofrimento que nos causa.<br />
Entretanto, reduzir a qualificação do professor a essa formação específica, po<strong>de</strong> ser<br />
uma armadilha, no sentido <strong>de</strong> tirar o foco da proposta <strong>de</strong> uma formação continuada,<br />
que implica num rever preconceitos, concepções sobre o lugar da escola e da<br />
educação e conseqüent<strong>em</strong>ente, analisar a própria prática docente. Indicamos que não<br />
se trata apenas dos professores conhecer<strong>em</strong> mais sobre <strong>de</strong>ficiências ou <strong>com</strong>o ensinar<br />
a esses alunos, mas <strong>de</strong> criar espaços para que reflitam <strong>com</strong>o são afetados por essa<br />
convivência. Assim, enquanto as professoras falam <strong>de</strong> um <strong>de</strong>spreparo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m<br />
pedagógica, salientamos que também está <strong>em</strong> jogo um <strong>de</strong>spreparo psíquico para lidar<br />
<strong>com</strong> essa realida<strong>de</strong>, às vezes tão difícil <strong>de</strong> aceitar, que a <strong>de</strong>ficiência traz, justamente,<br />
por <strong>de</strong>nunciar os limites do corpo a que todos nós estamos sujeitos, <strong>com</strong>o também,<br />
no caso da prática docente, apontar os limites da prática pedagógica.<br />
Propus<strong>em</strong>os, então, que é necessário salientar o caráter subjetivo implicado nessa<br />
mudança <strong>de</strong> posição frente à <strong>de</strong>ficiência intelectual. Afinal, o professor t<strong>em</strong> que