Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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agências educacionais <strong>em</strong> particular, para <strong>em</strong>preen<strong>de</strong>r a tarefa <strong>de</strong> transformação que<br />
a inclusão exige. Neste sentido, o Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Psicologia – CFP – que<br />
estabeleceu a Educação Inclusiva <strong>com</strong>o t<strong>em</strong>a da Campanha Nacional <strong>de</strong> Direitos<br />
Humanos <strong>de</strong> 2004 – é categórico ao afirmar que é preciso assumir a ineficiência da<br />
Educação Inclusiva, da educação para todos, para que possamos construí-la <strong>com</strong> toda<br />
a urgência que a situação exige. Cabe, portanto, à Psicologia, enquanto ciência e<br />
profissão, uma reflexão sobre que contribuições po<strong>de</strong> trazer ao estudo e à prática da<br />
educação inclusiva <strong>em</strong> nosso país.<br />
Do ponto <strong>de</strong> vista psíquico, o nascimento <strong>de</strong> um filho <strong>de</strong>ficiente costuma <strong>de</strong>spertar<br />
nos pais as mais diversas respostas <strong>em</strong>ocionais – medo, culpa, raiva,<br />
<strong>de</strong>sapontamento, tristeza. Sentimentos <strong>de</strong> rejeição conviv<strong>em</strong> lado a lado <strong>com</strong><br />
sentimentos amorosos <strong>em</strong> relação ao filho, caracterizando-se um quadro <strong>de</strong> intensa<br />
ambivalência afetiva que causa gran<strong>de</strong> sofrimento psíquico aos pais e, certamente, é<br />
transmitido para a criança através do discurso parental.<br />
Por outro lado, toda essa dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aceitação <strong>de</strong> um filho <strong>de</strong>ficiente t<strong>em</strong> razões<br />
sócio-históricas, ancoradas na representação social da <strong>de</strong>ficiência, concebida <strong>com</strong>o<br />
condição incapacitante e impeditiva, inspirando atos <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>, proteção e<br />
filantropia (Sá, 1997, 2001).<br />
A família passa, então, por um longo processo até chegar à aceitação <strong>de</strong> sua criança<br />
<strong>de</strong>ficiente e à construção – ou não – <strong>de</strong> um ambiente familiar mais preparado para<br />
incluir essa criança <strong>com</strong>o m<strong>em</strong>bro integrante da família.<br />
Durante este processo <strong>de</strong> reorganização familiar, costuma surgir o questionamento<br />
sobre a educação <strong>de</strong>ssa criança. No trabalho <strong>com</strong>o psicóloga <strong>de</strong> uma instituição<br />
pública <strong>de</strong>stinada à prevenção e reabilitação <strong>de</strong> pessoas <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência, escutamos<br />
as dúvidas e angústias dos pais quanto à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong> seus filhos à<br />
escola e inserção social futura. Eles mencionam que muitas escolas não praticam a<br />
inclusão, conforme a <strong>de</strong>terminação legal, por não se sentir<strong>em</strong> preparadas <strong>em</strong> termos<br />
pedagógicos, <strong>de</strong> ambiente físico e materialmente. Perceb<strong>em</strong>os ainda o sofrimento da<br />
criança quando ela não está adaptada à escola regular <strong>de</strong>vido à impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
a<strong>com</strong>panhar um ensino que absolutamente não consi<strong>de</strong>ra a singularida<strong>de</strong> dos alunos,