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Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...

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existir espaços educacionais para on<strong>de</strong> era possível encaminhar essas crianças, o<br />

sist<strong>em</strong>a educativo se sentiu no direito <strong>de</strong> rechaçar qualquer forma <strong>de</strong> inclusão.<br />

Esses autores concordam, portanto, que a inclusão, enquanto direito, é indiscutível,<br />

porém lançam um alerta aos pais e educadores <strong>de</strong> que se a inclusão assume o caráter<br />

<strong>de</strong> uma batalha, corre-se o risco <strong>de</strong> expor <strong>de</strong>masiadamente as crianças a resistências<br />

institucionais que escapam ao nosso controle direto. Portanto, conclu<strong>em</strong> que se <strong>de</strong>ve<br />

colocar “… o centro <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> da probl<strong>em</strong>ática da inclusão escolar e social no<br />

encontro entre a criança, seus colegas e docentes, e não nos escritórios <strong>de</strong> transação<br />

jurídico-política” (op. cit, p.20).<br />

Desta forma, t<strong>em</strong>os aqui <strong>de</strong>lineado mais um paradoxo da inclusão: pelo ângulo dos<br />

direitos humanos e da justiça social, certamente que a escola <strong>de</strong>ve ser para todos;<br />

porém, se pensarmos na <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> subjetivação humana e na<br />

singularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada criança, há <strong>de</strong> se refletir se a inclusão é benéfica para qualquer<br />

criança, <strong>em</strong> qualquer fase <strong>de</strong> sua vida e <strong>em</strong> qualquer escola.<br />

Achamos pertinente trazer as contribuições da psicanálise à discussão <strong>de</strong>ste t<strong>em</strong>a e<br />

que preferimos abordar sob a forma <strong>de</strong> uma pergunta: a inclusão é para todas as<br />

crianças e a qualquer custo?<br />

Para autores <strong>de</strong> orientação psicanalítica, a inclusão escolar t<strong>em</strong> a ver <strong>com</strong> a<br />

cidadania, no que eles se i<strong>de</strong>ntificam <strong>com</strong> outros <strong>de</strong> diferentes abordagens, mas<br />

também <strong>com</strong> os efeitos que o convívio escolar traz para a constituição do sujeito, isto<br />

é, a oferta <strong>de</strong> um lugar social para essas crianças, algo próprio e legítimo do discurso<br />

escolar, que é o lugar <strong>de</strong> aluno.<br />

Quando pensamos na entrada <strong>de</strong> alguma criança [na escola], não é só porque<br />

ela precisa ser socializada, n<strong>em</strong> tampouco só porque precisa manter as “ilhas<br />

<strong>de</strong> inteligências” preservadas. Certamente é mais que isso. Pensamos a escola<br />

<strong>com</strong>o um lugar subjetivante das crianças que, por algum motivo, encontraram<br />

um obstáculo no processo <strong>de</strong> subjetivação (Freitas, 2005, p.122).<br />

Essa questão se reveste <strong>de</strong> maior gravida<strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rarmos que, entre as crianças<br />

consi<strong>de</strong>radas “especiais”, encontram-se aquelas <strong>com</strong> distúrbios invasivos do

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