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Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...

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99<br />

religião é isso: eu não faço, mas também não vou aceitar que a escola<br />

faça?<br />

Outra professora também fez menção ao preconceito existente <strong>em</strong> relação ao<br />

candomblé, questionando justamente o contra-senso <strong>de</strong>ssa postura diante <strong>de</strong> um<br />

discurso pró-inclusão que vigora na escola.<br />

Eu tive professores aqui que me disseram assim: ‘Olhe, não mostre<br />

para algumas professoras [sua monografia sobre o candomblé],<br />

porque senão elas vão até cortar relação <strong>com</strong> você’ (...) Então, você é<br />

adulta, t<strong>em</strong> sua religião, e você ainda t<strong>em</strong> esse tipo <strong>de</strong> preconceito<br />

<strong>com</strong> a religião do outro, não é? Que é uma coisa que pelo menos,<br />

aqui no Brasil, não existe oficialmente.<br />

Encontramos um <strong>de</strong>poimento que traz uma reflexão b<strong>em</strong> crítica sobre o conceito <strong>de</strong><br />

inclusão quando pon<strong>de</strong>ra acerca da sua associação a crianças <strong>com</strong> necessida<strong>de</strong>s<br />

educativas especiais o que tira o foco <strong>de</strong> outras minorias que também sofr<strong>em</strong> o efeito<br />

<strong>de</strong> preconceitos.<br />

As pessoas ficam presas muitas a isso, né? Então, assim, abrir a porta<br />

da escola pra crianças <strong>com</strong> necessida<strong>de</strong>s especiais, na maioria das<br />

vezes, físicas ou mentais porque é o que está mais aparente, está ali,<br />

no mais concreto. E as outras coisas [etnia, questões sociais,<br />

homossexualida<strong>de</strong>] as outras questões, não são necessida<strong>de</strong>s<br />

especiais?<br />

A rigor, a educação inclusiva t<strong>em</strong> mesmo essa proposta mais ampla. Crochík (2002,<br />

p.282) afirma que, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> sua proposta, <strong>de</strong>ve-se pensar os<br />

pressupostos inclusivos <strong>com</strong>o crítica à educação atual, “… que promove a<br />

homogeneização e a educação para a <strong>com</strong>petição...”. Entretanto, a observação <strong>de</strong>sta<br />

professora merece <strong>de</strong>staque <strong>com</strong>o um alerta para que este aspecto seja s<strong>em</strong>pre<br />

ressaltado, pois, se concentramos o foco da discussão sobre a inclusão nas condições<br />

mais objetivas que envolv<strong>em</strong> a chegada dos alunos <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência na escola, tais<br />

<strong>com</strong>o acessibilida<strong>de</strong> ou professores especializados <strong>em</strong> libras ou Braille, corr<strong>em</strong>os o<br />

risco, <strong>em</strong> última instância, <strong>de</strong> camuflar todos os questionamentos que a proposta<br />

inclusiva faz à estrutura escolar.<br />

Não foi in<strong>com</strong>um i<strong>de</strong>ntificarmos uma ambivalência no discurso das professoras<br />

sobre o t<strong>em</strong>a: diz<strong>em</strong> que aceitam a inclusão, mas faz<strong>em</strong> a ressalva “a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do

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