Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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Elas chamam a atenção para o fato das crianças precisar<strong>em</strong> ser esclarecidas sobre os<br />
critérios <strong>de</strong> avaliação diferenciados dos colegas <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência para que possam<br />
enten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>cisão da escola relativa à não retenção:<br />
Aí eu expliquei pra ele que <strong>de</strong>ntro da… pela capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> L., pelas<br />
coisas que ela faz, que ela apren<strong>de</strong>u muitas coisas e que aí o fato <strong>de</strong>la<br />
ser colega <strong>de</strong>les novamente, aí fica o social, a importância disso pra<br />
ela (…) L. não passou por passar. T<strong>em</strong> uma história porque L.<br />
passou, enten<strong>de</strong>?<br />
Uma estratégia mencionada foi o trabalho <strong>em</strong> grupo <strong>com</strong> alunos que se encontram<br />
<strong>em</strong> diferentes níveis <strong>de</strong> escrita, a fim <strong>de</strong> motivar a aprendizag<strong>em</strong> e a cooperação entre<br />
eles.<br />
Ela está <strong>com</strong> um menino mais ou menos no nível <strong>de</strong>le, era bom<br />
porque eles iam se ensinando. Ela tá <strong>com</strong> uma criança no nível<br />
conceitual né (…) mais elevado, mais alto, mais refinado do que o<br />
<strong>de</strong>la… Também era bom porque fazia ela pensar.<br />
Então dava pro próprio colega ajudar. Eu já pegava aqueles colegas<br />
que tinham mais paciência, que tinha mais abertura… que se<br />
relacionavam melhor.<br />
Esta dinâmica <strong>de</strong> procedimento entre os pares espelha b<strong>em</strong> a <strong>com</strong>preensão <strong>de</strong><br />
Vygotsky, quando este autor salienta não apenas a importância da intervenção do<br />
professor, mas igualmente das trocas efetivadas entre as crianças, <strong>com</strong>o oportunida<strong>de</strong><br />
para seu <strong>de</strong>senvolvimento. Ao discorrer sobre ações necessárias para mudar o ensino<br />
a fim <strong>de</strong> que a escola esteja “aberta para todos”, Mantoan (2000) inclui o trabalho<br />
coletivo e diversificado nas salas <strong>de</strong> aula. Salienta que o apoio ao colega <strong>com</strong><br />
dificulda<strong>de</strong> é uma atitu<strong>de</strong> extr<strong>em</strong>amente útil e humana e que t<strong>em</strong> sido muito pouco<br />
incentivada pelas escolas, s<strong>em</strong>pre tão <strong>com</strong>petitivas.<br />
Constatamos que há professoras que <strong>de</strong>monstram ter um discurso avançado e não<br />
estigmatizante <strong>em</strong> relação à criança <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência. Relatam situações on<strong>de</strong><br />
perceberam a organização do pensamento, criativida<strong>de</strong>, li<strong>de</strong>rança, muitas vezes <strong>em</strong><br />
circunstâncias <strong>em</strong> que era preciso realmente ter um olhar mais atento, pois ocorreram<br />
fora do contexto das ativida<strong>de</strong>s planejadas e/ou resultados esperados. Enfim, são<br />
professoras que assum<strong>em</strong> uma postura flexível, <strong>de</strong>monstrando sensibilida<strong>de</strong> para<br />
tentar <strong>de</strong>scobrir o canal <strong>de</strong> acesso a esses alunos mais “difíceis”: