Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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que você cresce <strong>com</strong>o pessoa, <strong>com</strong>o profissional, <strong>com</strong>o gente...<br />
Começa a ver <strong>com</strong> outros olhos...<br />
Eu acho que a questão <strong>de</strong> ser mais tolerante, porque eu sei que eu<br />
preciso ser mais tolerante até <strong>com</strong>igo mesma, então, essa coisa <strong>de</strong> ser<br />
tolerante <strong>com</strong> o outro, <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r o outro, <strong>de</strong> ver que o outro t<strong>em</strong><br />
sentimentos, limitações...<br />
Enfim, <strong>em</strong> vez da angústia frente à <strong>de</strong>ficiência funcionar <strong>com</strong>o um fator paralisante,<br />
passa a provocar uma inquietu<strong>de</strong> que se transformou <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> respostas através<br />
do estudo teórico e da análise <strong>de</strong> sua prática.<br />
… é um <strong>de</strong>safio você ir buscar alguma coisa pra ajudar aquela<br />
criança, pra apren<strong>de</strong>r <strong>com</strong>o lidar <strong>com</strong> ela. É um <strong>de</strong>safio não só para<br />
o educador <strong>com</strong>o para a escola <strong>com</strong>o um todo. Dá a sensação <strong>de</strong> que<br />
você ainda t<strong>em</strong> muita coisa pra apren<strong>de</strong>r, muito o que estudar. Que é<br />
a teoria que vai lhe dar o respaldo que você precisa pra lidar <strong>com</strong><br />
essa angústia toda.<br />
Esta reflexão, elaborada a partir dos dados, nos levou a pensar que, para um<br />
professor se sentir motivado a encarar a <strong>de</strong>ficiência <strong>com</strong>o um <strong>de</strong>safio a ser<br />
enfrentado <strong>em</strong> vez <strong>de</strong> evitado, é fundamental que sejam colocadas metas viáveis e<br />
atribuído um reconhecimento à sua mediação, a fim <strong>de</strong> que o seu trabalho tenha<br />
chances <strong>de</strong> ser avaliado <strong>com</strong>o uma experiência estimulante e não frustrante.<br />
Durante a observação participante, numa conversa informal, colh<strong>em</strong>os um<br />
<strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> uma das professoras que nos parece traduzir b<strong>em</strong> o que quer<strong>em</strong>os<br />
apontar. Após participar <strong>de</strong> um congresso on<strong>de</strong> foi abordado o t<strong>em</strong>a da inclusão,<br />
<strong>com</strong>entou <strong>em</strong> tom <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabafo que “… <strong>de</strong>sse jeito, vou mudar <strong>de</strong> profissão (…) Só vi<br />
gente falando mal do professor (…) Os pais [que ouviram estas palestras] <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ter<br />
saído muito preocupados (…) Será que está tudo tão ruim aí fora?”. Falou então da<br />
prática pedagógica <strong>com</strong> B., seu aluno <strong>com</strong> síndrome <strong>de</strong> Down, dizendo que ela<br />
consegue ter um olhar diferenciado para ele e dar uma atenção maior, que certamente<br />
não é a i<strong>de</strong>al, mas, ainda assim, constata a importância <strong>de</strong> sua mediação.<br />
O caminho <strong>de</strong>lineado por essa análise para facilitar a inclusão seria a adoção <strong>de</strong> uma<br />
política <strong>de</strong> educação que valorize as aquisições <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> autonomia e atitu<strong>de</strong>s, já<br />
que esses ganhos são a gran<strong>de</strong> fonte <strong>de</strong> gratificação que as professoras mencionaram,<br />
ao trabalhar <strong>com</strong> as crianças <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência intelectual. Isso po<strong>de</strong> ajudá-las a refletir