Convivendo com a diversidade: - Programa de Pós-Graduação em ...
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estas ativida<strong>de</strong>s foram pensadas para ser<strong>em</strong> realizadas <strong>com</strong> as crianças, mas<br />
seguramente po<strong>de</strong>m ser também <strong>de</strong>senvolvidas <strong>com</strong> adultos 10 .<br />
Ainda que não seja um trabalho voltado para crianças <strong>com</strong> <strong>de</strong>ficiência, achamos<br />
pertinente incluir nesta discussão uma proposta <strong>de</strong> análise da prática entre<br />
educadores que atuam <strong>com</strong> crianças e adolescentes <strong>em</strong> situação <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong><br />
psicossocial, pois, além <strong>de</strong> ter<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>com</strong>um <strong>com</strong> as primeiras o fato <strong>de</strong> ser<strong>em</strong><br />
frequent<strong>em</strong>ente excluídas do contexto escolar, também privilegia a escuta e a<br />
circulação da palavra <strong>com</strong>o forma <strong>de</strong> lidar <strong>com</strong> os impasses ocorridos no cotidiano<br />
<strong>de</strong> uma prática educativa que foge aos padrões “normais”, colocando o educador<br />
diante do imprevisível, do impon<strong>de</strong>rável, a todo instante.<br />
Sampaio e Gonçalves (2004) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que a análise da prática utilizada <strong>com</strong>o<br />
instrumento <strong>de</strong> apoio à prática pedagógica, revela-se igualmente <strong>com</strong>o excelente via<br />
para formação <strong>de</strong> formadores, não apenas técnica, ética <strong>com</strong>o também existencial.<br />
Segundo essas autoras, a análise da prática seria<br />
um espaço relacional disponibilizado institucionalmente aos educadores,<br />
cujos ingredientes fundamentais são: a solidarieda<strong>de</strong>, a confiança, a palavra<br />
direta, a busca <strong>de</strong> <strong>com</strong>preensão, a cooperação. Um lugar <strong>de</strong> confronto <strong>de</strong><br />
subjetivida<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> todo julgamento está interditado. Uma possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
tomar distância, afastar-se do ativismo que toda ação profissional integra,<br />
fazendo a incontornável aliança entre teoria e prática (p. 65).<br />
Ainda que seja necessária uma <strong>com</strong>preensão sobre o envolvido e acerca do fato<br />
acontecido, o foco da análise é, a rigor, sobre os sentimentos <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> relata, pois o<br />
mais importante é saber se alguma pedagogia esteve presente no acontecimento, ou,<br />
se sua ausência não <strong>de</strong>ixou espaço para a mera ação disciplinar ou mesmo para o<br />
<strong>de</strong>samparo e negação da ação educativa.<br />
10 Achamos pertinente registrar a iniciativa tão b<strong>em</strong> sucedida da SMEC, que incluiu <strong>com</strong>o etapa do<br />
Projeto Superação, a peça <strong>de</strong> teatro “Qu<strong>em</strong> é igual a qu<strong>em</strong>?”, visando justamente essa sensibilização<br />
para a inclusão através do teatro. A peça, produzida pela Ser Down <strong>com</strong> apoio do Projeto Faz Cultura,<br />
foi apresentada <strong>em</strong> várias escolas públicas <strong>de</strong> Salvador. As participantes <strong>de</strong>sta pesquisa não fizeram<br />
menção a este evento, que algumas <strong>de</strong>las certamente assistiram, mas a professora da entrevista piloto<br />
(realizada <strong>em</strong> outra escola) garantiu que esta peça foi, seguramente, o que mais a mobilizou para<br />
refletir sobre seu papel diante da inclusão.